Se do verbo atender deriva o substantivo atendimento, e de fornecer deriva fornecimento, seguindo a linha de raciocínio, de estender deveria derivar estendimento ou estendição?
Não, de estender deriva extensão, assim como de ampliar deriva ampliação, de prorrogar deriva prorrogação, de dilatar deriva dilatação, de acrescentar deriva acréscimo, de aumentar deriva aumento, de expandir deriva expansão, de alargar deriva alargamento, de amplificar deriva amplificação e de desenvolver deriva desenvolvimento.
1) Um leitor traz os seguintes argumentos para análise: a) indaga, primeiro, se existe a palavra estendimento no sentido de alargamento ou ampliação; b) reconhece que o vocábulo não é registrado pelos principais dicionaristas, nem pelo VOLP; c) mas observa que tais obras registram atendimento e fornecimento; d) por fim, observa que, se os verbos atender e fornecer podem gerar atendimento e fornecimento, estender também poderia gerar estendimento.
2) Ora, quando se quer saber se uma palavra existe ou não em português, deve-se tomar por premissa o fato de que a autoridade para listar oficialmente os vocábulos do nosso idioma é a Academia Brasileira de Letras.
3) E essa autoridade, a ABL a exerce por via da edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
4) Uma simples consulta ao VOLP mostra que, a par do verbo estender, registra-se o substantivo correspondente extensão, e não estendimento nem estendição ou algo similar.
5) Em tais circunstâncias, se se quer usar um substantivo com esse significado, a solução é buscar um verbo sinônimo de estender, que tenha um substantivo correspondente, exatamente como procedeu o leitor, que trouxe alargamento e ampliação. Ou seja: a solução é escolher, nesse rol, o vocábulo que mais se amolde à acepção pretendida pelo contexto.
6) Por fim, quanto aos argumentos trazidos pelo leitor para justificar a possível existência de estendimento, importa tecer as seguintes considerações: a) por um lado, com o mesmo radical dos verbos, não é incomum encontrar registrados pelo VOLP substantivos equivalentes de ação, um acabado em ção, e outro, em mento (abreviação e abreviamento, acomodação e acomodamento, acusação e acusamento); b) por outro lado, também se encontram substantivos que apenas admitem ser terminados em ção (abdicação, acentuação, aquisição); c) e também se encontram outros que somente admitem término com o sufixo mento (abastecimento, abatimento, acabamento); d) isso significa, por um lado, que formar substantivos terminados em ção ou em mento não é uma faculdade que assiste discricionariamente ao usuário do vernáculo; e) por outro lado, isso faz forçosamente concluir que a ABL, por meio do VOLP, continua sendo a autoridade para definir oficialmente a lista dos vocábulos que integram o idioma pátrio; f) por um lado, se o vocábulo se encontra listado na referida obra, então ele existe em português; g) por outro lado, se ele não se encontra ali registrado, então simplesmente não existe, e seu emprego não se acha autorizado no vernáculo.
Não, de estender deriva extensão, assim como de ampliar deriva ampliação, de prorrogar deriva prorrogação, de dilatar deriva dilatação, de acrescentar deriva acréscimo, de aumentar deriva aumento, de expandir deriva expansão, de alargar deriva alargamento, de amplificar deriva amplificação e de desenvolver deriva desenvolvimento.
1) Um leitor traz os seguintes argumentos para análise: a) indaga, primeiro, se existe a palavra estendimento no sentido de alargamento ou ampliação; b) reconhece que o vocábulo não é registrado pelos principais dicionaristas, nem pelo VOLP; c) mas observa que tais obras registram atendimento e fornecimento; d) por fim, observa que, se os verbos atender e fornecer podem gerar atendimento e fornecimento, estender também poderia gerar estendimento.
2) Ora, quando se quer saber se uma palavra existe ou não em português, deve-se tomar por premissa o fato de que a autoridade para listar oficialmente os vocábulos do nosso idioma é a Academia Brasileira de Letras.
3) E essa autoridade, a ABL a exerce por via da edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
4) Uma simples consulta ao VOLP mostra que, a par do verbo estender, registra-se o substantivo correspondente extensão, e não estendimento nem estendição ou algo similar.
5) Em tais circunstâncias, se se quer usar um substantivo com esse significado, a solução é buscar um verbo sinônimo de estender, que tenha um substantivo correspondente, exatamente como procedeu o leitor, que trouxe alargamento e ampliação. Ou seja: a solução é escolher, nesse rol, o vocábulo que mais se amolde à acepção pretendida pelo contexto.
6) Por fim, quanto aos argumentos trazidos pelo leitor para justificar a possível existência de estendimento, importa tecer as seguintes considerações: a) por um lado, com o mesmo radical dos verbos, não é incomum encontrar registrados pelo VOLP substantivos equivalentes de ação, um acabado em ção, e outro, em mento (abreviação e abreviamento, acomodação e acomodamento, acusação e acusamento); b) por outro lado, também se encontram substantivos que apenas admitem ser terminados em ção (abdicação, acentuação, aquisição); c) e também se encontram outros que somente admitem término com o sufixo mento (abastecimento, abatimento, acabamento); d) isso significa, por um lado, que formar substantivos terminados em ção ou em mento não é uma faculdade que assiste discricionariamente ao usuário do vernáculo; e) por outro lado, isso faz forçosamente concluir que a ABL, por meio do VOLP, continua sendo a autoridade para definir oficialmente a lista dos vocábulos que integram o idioma pátrio; f) por um lado, se o vocábulo se encontra listado na referida obra, então ele existe em português; g) por outro lado, se ele não se encontra ali registrado, então simplesmente não existe, e seu emprego não se acha autorizado no vernáculo.
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