terça-feira, 28 de abril de 2020

Adjetivo - Resumo de Gramática

Adjetivo
Toda palavra que caracteriza o substantivo ou um pronome substantivo, indicando-lhe um estado, aspecto ou modo de ser, uma condição, qualidade, aparência, característica, local de origem ou defeito, recebe o nome de adjetivo.
■ 3.3.2.1. Classificação dos adjetivos
Quanto à flexão, o adjetivo pode ser:
■ 3.3.2.1.1. Uniforme
Possui uma única forma para os dois gêneros: feliz, alegre.
■ 3.3.2.1.2. Biforme
Possui formas distintas para cada gênero: bom / boa; mau / má; bonito / bonita.
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
■ 3.3.2.1.3. Simples
Constituído de um único radical: vermelho, social, claro, escuro, financeiro.
■ 3.3.2.1.4. Composto
Constituído de dois ou mais radicais: vermelho-claro; sociofinanceiro; verde-escuro.
Quanto à significação, o adjetivo pode ser:
■ 3.3.2.1.5. Explicativo
Expressa uma qualidade essencial, inerente ao ser: oceano vasto, fogo quente.
■ 3.3.2.1.6. Restritivo
Expressa uma qualidade acidental do ser: homem rápido.
■ 3.3.2.2. Adjetivo pátrio
É aquele, derivado de substantivo, que se refere a continentes, países, regiões, províncias, estados, cidades, províncias, vilas e povoados: europeu, inglês, londrino, calabrês. Não confunda com adjetivo gentílico, que se refere somente a raças e povos. Assim, israelense é adjetivo pátrio e israelita é adjetivo gentílico. 
Curiosidade: Exemplos para estados e cidades brasileiros:
Acre: acreano, acriano
Alagoas: alagoano
Amapá: amapaense
Aracaju: aracajuano, aracajuense
Amazonas: amazonense
Bahia: baiano
Belém: belenense
Belo Horizonte: belo-horizontino
Boa Vista: boa-vistense
Brasília: brasiliense
Cabo Frio: cabo-friense
Campinas: campineiro
Campinas do Sul (RS); Campina Grande (PB); Campinas do Piauí (PI): campinense
Ceará: cearense
Cuiabá: cuiabano
Curitiba: curitibano
Espírito Santo: espírito-santense ou capixaba
Fernando de Noronha: noronhense
Florianópolis: florianopolitano
Fortaleza: fortalezense
Goiânia: goianiense
João Pessoa: pessoense
Macapá: macapaense
Maceió: maceioense
Manaus: manauense, manauara
Maranhão: maranhense
Marajó: marajoara
Mato Grosso: mato-grossense
Mato Grosso do Sul: mato-grossense-do-sul
Minas Gerais: mineiro
Natal: natalense ou papa-jerimum
Palmas: palmense
Pará: paraense
Paraíba: paraibano
Paraná: paranaense
Pernambuco: pernambucano
Piauí: piauiense
Porto Alegre: porto-alegrense
Porto Velho: porto-velhense
Recife: recifense
Ribeirão Preto: ribeirão-pretense, ribeirão-pretano, ribeiro-pretano, ribeiropretano
Rio de Janeiro (estado): fluminense
Rio de Janeiro (cidade): carioca
Rio Branco: rio-branquense
Rio Grande do Norte: rio-grandense-do-norte, norte-rio-grandense, potiguar
Rio Grande do Sul: rio-grandense-do-sul, sul-rio-grandense, gaúcho
Rondônia: rondoniano, rondoniense
Roraima: roraimense
Santa Catarina: catarinense, barriga-verde
Salvador: salvadorense ou soteropolitano
São Luís: ludovicense ou são-luisense
São Paulo (estado): paulista
São Paulo (cidade): paulistano
Sergipe: sergipano
Teresina: teresinense
Tocantins: tocantinense
Vitória: vitoriense

Não existe um adjetivo pátrio específico para cada cidade.
■ 3.3.2.3. Locução adjetiva
É a expressão formada de preposição mais substantivo ou advérbio, com valor de adjetivo.
dia de chuva — dia chuvoso
atitudes de anjo — atitudes angelicais
luz do sol — luz solar
estrela da tarde — estrela vespertina
ar do campo — ar campestre
Curiosidade: Algumas locuções adjetivas:
de abdômen — abdominal
de abelha — apícula
de açúcar — sacarino
de águia — aquilino
da alma — anímico
de aluno — discente
de arcebispo — arquiepiscopal
de baço — esplênico
de bispo — episcopal
de boca — bucal, oral
de bronze — brônzeo, êneo
de cabeça — cefálico
de cabelo — capilar
de cabra — caprino
de campo — rural, campesino
de cavalo — equino, hípico
de chumbo — plúmbeo
de chuva — pluvial
de cidade — citadino, urbano
de cinza — cinéreo
de cobra — viperino, ofídico
de cobre — cúprico
de coração — cardíaco, cordial
de criança — pueril, infantil
de dedo — digital
de dinheiro — pecuniário
de esposos — esponsal
de estômago — estomacal, gástrico
de estrela — estelar
de fábrica — fabril
de farinha — farináceo
de fígado — hepático
de fogo — ígneo
de garganta — gutural
de gato — felino
de gelo — glacial
de guerra — bélico
de idade — etário
de ilha — insular
de inverno — hibernal
de irmão — fraternal
de lago — lacustre
de leão — leonino
de lebre — leporino
de leite — lácteo
de lobo — lupino
de mãe — maternal, materno
de marfim — ebúrneo, ebóreo
de memória — mnemônico
de mestre — magistral
de moeda — monetário, numismático
de monge — monacal, monástico
de morte — mortífero, letal
de nádegas — glúteo
de nariz — nasal
de neve — níveo
de norte — setentrional, boreal
de núcleo — nucleico
de olho — ocular, ótico, oftálmico
de orelha — auricular
de ouro — áureo
de outono — outonal
de ouvido — ótico
de ovelha — ovino
de paixão — passional
de pântano — palustre
de pedra — pétreo
de peixe — písceo
de pele — epidérmico, cutâneo
de pescoço — cervical
de porco — suíno
de prata — argênteo
de predador — predatório
de professor — docente
de prosa — prosaico
de proteína — proteico
de pus — purulento
dos quadris — ciático
de rato — murino
de rim — renal
de rio — fluvial
de rocha — rupestre
de selo — filatélico
de selva — silvestre
de sonho — onírico
de sul — meridional, austral
da terra — telúrico
de terremoto — sísmico
de touro — taurino
de umbigo — umbilical
de velho — senil
de vento — eólio, eólico
de verão — estival
de vidro — vítreo
de vontade — volitivo
■ 3.3.2.4. Flexão de gênero
■ 3.3.2.4.1. Adjetivos simples
Sua flexão de gênero é igual à dos substantivos simples.
homem bom / mulher boa
rapaz trabalhador / moça trabalhadeira (trabalhadora é feminino de trabalhador, como substantivo)
■ 3.3.2.4.2. Adjetivos compostos
Varia apenas o último elemento.
hospital médico-cirúrgico / clínica médico-cirúrgica
sapato amarelo-claro / blusa amarelo-clara
estudo afro-brasileiro / pesquisa afro-brasileira
Curiosidade: Surdo-mudo é o único adjetivo composto da Língua Portuguesa em que ambos os elementos variam, tanto em gênero quanto em número: surdo-mudo, surda-muda, surdos-mudos, surdas-mudas.
■ 3.3.2.5. Flexão de número
■ 3.3.2.5.1. Adjetivos simples
Sua flexão de número é igual à dos substantivos simples.
homem bom / homens bons
rapaz trabalhador / rapazes trabalhadores
Curiosidade: Qualquer substantivo usado como adjetivo por derivação imprópria fica invariável:
homem monstro / homens monstro
mulher monstro / mulheres monstro
vestidos laranja
ternos cinza
camisas abacate
carros residência (mas carros residenciais: adjetivo)
roupas esporte / camisas esporte (mas roupas / camisas esportivas: adjetivo)
■ 3.3.2.5.2. Adjetivos compostos
Varia apenas o último elemento.
atividade técnico-científica / atividades técnico-científicas
blusa amarelo-clara / blusas amarelo-claras
política econômico-financeira / políticas econômico-financeiras
Curiosidade: Se o último elemento do composto for um substantivo, fica invariável.
blusa verde-garrafa / blusas verde-garrafa
tecido amarelo-ouro / tecidos amarelo-ouro
sapato marrom-café / sapatos marrom-café
São invariáveis: azul-marinho / azul-celeste / cor de ... / rosa-choque / ultravioleta (infravermelho é variável) / furta-cor / zero-quilômetro
■ 3.3.2.6. Flexão de grau
São dois os graus de adjetivo:
■ Comparativo, compara dois seres diferentes.
■ Superlativo, compara qualidades de um único ser.
■ 3.3.2.6.1. Grau comparativo
■ 3.3.2.6.1.1. De igualdade
A qualidade aparece na mesma intensidade para ambos os seres que se comparam:
João é tão alto quanto José.
■ 3.3.2.6.1.2. De superioridade
A qualidade aparece mais intensificada no primeiro elemento de comparação:
João é mais alto que (ou do que) José.
■ 3.3.2.6.1.3. De inferioridade
A qualidade aparece menos intensificada no primeiro elemento de comparação:
João é menos alto que (ou do que) José.
Curiosidade: Veja o grau comparativo de superioridade com os adjetivos:
bom
mau / ruim
grande
pequeno
Temos duas formas para usá-los:
a) analítica: mais bom, mais mau, mais grande, mais pequeno
b) sintética: melhor, pior, maior, menor
Comparativo de superioridade analítico: usado quando se comparam duas qualidades de um único ser.
Minha casa é mais grande que confortável. 
João é mais bom que ruim. 
Comparativo de superioridade sintético: usado quando se compara uma qualidade entre dois seres diferentes:
Minha casa é maior que a sua.
João é melhor que José.
Atenção: A forma “mais pequeno” é sempre correta, embora seja mais comum em Portugal. No Brasil, é mais comum o uso da forma sintética. Você pode usá-la sempre:
Meu carro é mais pequeno que grande.
Meu carro é mais pequeno que o seu.
A casa do Pedro é mais pequena que grande.
A casa do Pedro é mais pequena que a casa do José.
■ 3.3.2.6.2. Grau superlativo
■ 3.3.2.6.2.1. Relativo
Qualidade de um ser em relação a um conjunto de seres.
■ De superioridade: João é o mais alto da turma.
■ De inferioridade: João é o menos alto dentre a turma.
■ 3.3.2.6.2.2. Absoluto
Qualidade de um único ser, absolutamente.
a) Analítico: quando a alteração do grau é feita por meio de um advérbio que modifique o adjetivo:
João é muito alto.
Minha casa é bastante confortável.
b) Sintético: quando acrescentamos sufixos para marcar o grau:
João é altíssimo.
Minha casa é confortabilíssima.
O superlativo absoluto sintético é formado pelo acréscimo dos sufixos: -íssimo; -ílimo; -érrimo.
Na língua coloquial, usamos sempre -íssimo: belíssimo, amiguíssimo, agudíssimo. Também se usam frequentemente os sufixos -érrimo e -ésimo, este último usado para formar numerais ordinais.
Na língua culta, devemos acrescentar os sufixos -íssimo, -rimo ou -imo às formas eruditas dos adjetivos:
amicus + íssimo = amicíssimo
pauper + rimo = paupérrimo
humili + imo = humílimo
Alguns superlativos absolutos eruditos:
amargo: amaríssimo
célebre: celebérrimo
cruel: crudelíssimo
doce: dulcíssimo
frágil: fragílimo
frio: frigidíssimo
geral: generalíssimo
humilde: humílimo
incrível: incredibilíssimo
livre: libérrimo
magro: macérrimo ou magérrimo
negro: nigérrimo
nobre: nobilíssimo
pio: pientíssimo
preguiçoso: pigérrimo
sábio: sapientíssimo
soberbo: superbíssimo
tétrico: tetérrimo
velho: vetérrimo
veloz: velocíssimo
visível: visibilíssimo
voraz: voracíssimo

Na linguagem coloquial, usa-se grandessíssimo, em vez de grandíssimo, para reforçar expressões ofensivas: grandessíssimo vigarista.

Outras formas de superlativo absoluto: prefixos, repetição do adjetivo, expressões coloquiais, comparações, diminutivo, aumentativo e uso do artigo definido com ênfase. Na linguagem da internet, isso é feito através da repetição de um fonema ou de caixa alta: o programa foi especiaaaaaal ou o programa foi ESPECIAL.

São irregulares os comparativos superior, inferior, anterior, posterior, ulterior, exterior e interior e os superlativos supremo (ou sumo), ínfimo, póstumo, último, extremo e íntimo.

'Interior' usa-se como substantivo em oposição a 'capital', a 'litoral' ou a 'exterior'.

São considerados adjetivos de relação ou relacionais aqueles que estabelecem relações de tempo, espaço, matéria, procedência, propriedade ou finalidade. Também se incluem nessa lista os adjetivos de tipo classificatório e os que pertencem às terminologias científicas. Suas características são:

são derivados de substantivo por sufixos ou prefixos
vêm sempre depois do substantivo
não aceitam variação de grau, ou seja, não podem ser intensificados

Para que um adjetivo tenha comparativo ou superlativo, é evidente que seu sentido admita variação de intensidade.

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