domingo, 29 de março de 2020

Jornal Correio da Paraíba - Religião - 29 de março de 2020

Religião - Paraíba: Domingo, 29 de março de 2020 / N1

Como celebrar em casa o quinto domingo da Quaresma
Tendo em vista a impossibilidade de ir à Missa por causa do coronavírus


Nos próximos dias e semanas, muitos de nós não poderemos participar da missa dominical por causa do coronavírus. Por isso, Aleteia.org, em colaboração com a revista Magnificat, se mobiliza para oferecer-lhe a possibilidade de santificar este quinto domingo da Quaresma com esta celebração da Palavra de Deus.
ROTEIRO:

Se você está sozinho, é preferível ler as leituras e orações da missa deste domingo ou acompanhar a missa pela televisão.
Esta celebração requer ao menos a participação de duas pessoas.
Pode ser celebrada na noite de sábado (vigília do domingo) e na tarde do domingo. No entanto, a manhã de domingo é o momento mais apropriado.
Esta celebração se adapta particularmente ao contexto familiar.
Deve-se colocar o número de cadeiras necessário diante de um espaço de oração, respeitando a distância de um metro entre cada cadeira.
Deve-se colocar uma cruz ou o crucifixo.
Acende-se uma ou várias velas, que devem ser colocadas em um suporte seguro. Ao final da celebração, elas devem ser apagadas.
Se você tem flores no jardim, colha algumas para colocá-las no ambiente de oração, pois sua presença é particularmente indicada neste domingo Laetare, em previsão da alegria da Páscoa. 
Designa-se uma pessoa para dirigir a oração (em ordem de prioridade: um diácono, um leigo que tenha recebido o ministério de leitor ou acolitado, o pai ou a mãe de família.
A pessoa encarregada de dirigir a oração estabelecerá a duração dos momentos de silêncio.
Serão designados leitores para as leituras.
Preparar-se-á com antecedência a oração universal (que aparece neste guia) e se designará uma pessoa para sua leitura.
Podem-se preparar os cantos apropriados.
 

Quinto Domingo da Quaresma 

Celebração da Palavra

 “Eu sou a ressurreição e a vida”

 

Sentados. O condutor da celebração toma a palavra: 

 

Irmãos e irmãs,

Neste quinto domingo da Quaresma,

circunstâncias excepcionais nos impedem de participar

da celebração da Eucaristia.

Agora, sabemos que quando nos reunimos

para rezar em seu Nome,

Cristo Jesus se faz presente entre nós.

E cremos que, quando lemos a Escritura na Igreja,

quem nos fala é o próprio Verbo de Deus.

Sua palavra se converte, deste modo,

em autêntico alimento para nossa vida.

Por isso, dispomo-nos a escutar

esta Palavra em comunhão com toda a Igreja.

 

Pausa

 

Este quinto domingo da Quaresma nos permite vislumbrar

a Paixão e Ressurreição de Cristo.

Nestes dias de pandemia, quando escutamos que

morreram ou ficaram doentes familiares, amigos, ou conhecidos,

nos colocamos diante de Ti, Senhor, com lágrimas nos olhos.

Ao receber a notícia da morte de teu amigo Lázaro,

tu também choraste.

Até o ponto das testemunhas exclamarem:

“Como o amava”.

Jesus, “reanimando” o teu amigo, queres que nos convençamos

de que o amor é mais forte do que a enfermidade e a morte.

Tu nos darás muito em breve a inquebrantável prova desta realidade,

através de tua Paixão e Ressurreição.

 

Pausa

 

Irmãos e irmãs,

no meio de nossas tribulações,

no mais profundo dos nossas provações,

a Igreja nos convida a descobrir, passo a passo, até chegar à Páscoa,

que Deus nos ama até o ponto de oferecer-se a si mesmo

para que todos possamos participar da Ressurreição de seu Filho,

Jesus Cristo, nosso Salvador.

Preparemo-nos agora, em silêncio, para abrir nossos corações.

 

Depois de um verdadeiro momento de silêncio, todos se levantam e fazem o sinal da cruz dizendo:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

O condutor continua:

Para nos prepararmos para receber a Palavra de Deus

para que ela possa nos regenerar,

reconheçamos nossos pecados.

 

Em seguida, faz o rito penitencial. Por exemplo: 

Senhor, tem piedade de nós.

Porque pecamos contra ti.

Mostre-nos, Senhor, sua misericórdia.

E nos dê sua salvação.

 

Que Deus Todo-Poderoso tenha piedade de nós,

perdoe nossos pecados,

e nos conduza à vida eterna.

Amén.

 

Recitamos ou cantamos:

Senhor, tende piedade.

Senhor, tende piedade.

Cristo, tende piedade.

Cristo, tende piedade.

Senhor, tende piedade.

Senhor, tende piedade.

 

O condutor recita a oração:

Que tua graça, Senhor, permita-nos

imitar com alegria a caridade de Cristo, 

que entregou sua vida por amor aos homens e mulheres.

Nós te pedimos por Nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho,

que vive e reina contigo na Unidade do Espírito Santo,

e é Deus pelos séculos dos séculos.

Amém

 

Em seguida, leem-se as leituras da missa deste quarto domingo da Quaresma. A pessoa encarregada da primeira leitura permanece de pé, enquanto as outras pessoas ficam sentadas.

 

PRIMEIRA LEITURA

Porei em vós o meu espírito para que vivais.
Leitura do Primeiro Livro de Samuel 16,1b.6-7.10-13a

Assim fala o Senhor Deus:
Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas
e conduzir-vos para a terra de Israel;
e quando eu abrir as vossas sepulturas
e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor.
Porei em vós o meu espírito,
para que vivais e vos colocarei em vossa terra.
Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço
– oráculo do Senhor’.
Palavra do Senhor.
 

A pessoa encarregada de ler o salmo coloca-se de pé, enquanto os outros permanecem sentados.

 

Salmo 129

R. No Senhor, toda graça e redenção!

Das profundezas eu clamo a vós, Senhor,
escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos
ao clamor da minha prece! R.

Se levardes em conta nossas faltas,
quem haverá de subsistir?
Mas em vós se encontra o perdão,
eu vos temo e em vós espero. R.

No Senhor ponho a minha esperança,
espero em sua palavra.
A minh’alma espera no Senhor
mais que o vigia pela aurora. R.

Espere Israel pelo Senhor,
pois no Senhor se encontra toda graça
e copiosa redenção.
Ele vem libertar a Israel
de toda a sua culpa. R.
 

O encarregado da segunda leitura coloca-se de pé.

 

SEGUNDA LEITURA (Rm 8, 8-11)

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 8,8-11

Irmãos:
Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós não viveis segundo a carne,
mas segundo o Espírito,
se realmente o Espírito de Deus mora em vós.
Se alguém não tem o Espírito de Cristo,
não pertence a Cristo.
Se, porém, Cristo está em vós,
embora vosso corpo esteja ferido de morte
por causa do pecado,
vosso espírito está cheio de vida, graças à justiça.
E, se o Espírito daquele
que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós,
então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os
mortos vivificará também vossos corpos mortais
por meio do seu Espírito que mora em vós.
Palavra do Senhor.
 

Todos se levantam no momento em que se recita ou canta a aclamação do Evangelho:

 

Honra e glória a Ti, Senhor Jesus.

Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;

quem me segue terá a luz da vida.

Honra e glória a Ti, Senhor Jesus.

 

Em seguida, passa-se à leitura do Evangelho.

 

EVANGELHO (João 11, 1-45)

Evangelho segundo São João 11,1-45

Naquele tempo:
Havia um doente, Lázaro, que era de Betânia,
o povoado de Maria e de Marta, sua irmã.
Maria era aquela que ungira o Senhor com perfume
e enxugara os pés dele com seus cabelos.
O irmão dela, Lázaro, é que estava doente.
As irmãs mandaram então dizer a Jesus:
‘Senhor, aquele que amas está doente.’
Ouvindo isto, Jesus disse:
‘Esta doença não leva à morte;
ela serve para a glória de Deus,
para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.’
Jesus era muito amigo de Marta,
de sua irmã Maria e de Lázaro.
Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou
ainda dois dias no lugar onde se encontrava.
Então, disse aos discípulos:
‘Vamos de novo à Judéia.’
Os discípulos disseram-lhe:
Mestre, ainda há pouco os judeus queriam
apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?’
Jesus respondeu:
‘O dia não tem doze horas?
Se alguém caminha de dia, não tropeça,
porque vê a luz deste mundo.
Mas se alguém caminha de noite, tropeça,
porque lhe falta a luz’.
Depois acrescentou:
‘O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo.’
Os discípulos disseram:
‘Senhor, se ele dorme, vai ficar bom.’
Jesus falava da morte de Lázaro,
mas os discípulos pensaram que falasse do sono mesmo.
Então Jesus disse abertamente:
‘Lázaro está morto.
Mas por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá,
para que creiais. Mas vamos para junto dele’.
Então Tomé, cujo nome significa Gêmeo,
disse aos companheiros:
‘Vamos nós também para morrermos com ele’.
Quando Jesus chegou,
encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias.
Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém.
Muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria
para as consolar por causa do irmão.
Quando Marta soube que Jesus tinha chegado,
foi ao encontro dele.
Maria ficou sentada em casa.
Então Marta disse a Jesus:
‘Senhor, se tivesses estado aqui,
meu irmão não teria morrido.
Mas mesmo assim, eu sei que
o que pedires a Deus, ele to concederá.’
Respondeu-lhe Jesus: ‘Teu irmão ressuscitará.’
Disse Marta:
‘Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia.’
Então Jesus disse:
‘Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá.
E todo aquele que vive e crê em mim,
não morrerá jamais. Crês isto?’
Respondeu ela: ‘Sim, Senhor, eu creio firmemente
que tu és o Messias, o Filho de Deus,
que devia vir ao mundo.’
Depois de ter dito isto,
ela foi chamar a sua irmã, Maria, dizendo baixinho:
‘O Mestre está aí e te chama’.
Quando Maria ouviu isso,
levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus.
Jesus estava ainda fora do povoado,
no mesmo lugar onde Marta se tinha encontrado com ele.
Os judeus que estavam em casa consolando-a,
quando a viram levantar-se depressa e sair,
foram atrás dela,
pensando que fosse ao túmulo para ali chorar.
Indo para o lugar onde estava Jesus,
quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe:
‘Senhor, se tivesses estado aqui,
o meu irmão não teria morrido.’
Quando Jesus a viu chorar, e também os que
estavam com ela, estremeceu interiormente,
ficou profundamente comovido,
e perguntou: ‘Onde o colocastes?’
Responderam: ‘Vem ver, Senhor.’
E Jesus chorou.
Então os judeus disseram:
‘Vede como ele o amava!’
Alguns deles, porém, diziam:
‘Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também
ter feito com que Lázaro não morresse?’
De novo, Jesus ficou interiormente comovido.
Chegou ao túmulo.
Era uma caverna, fechada com uma pedra.
Disse Jesus: ‘Tirai a pedra’!
Marta, a irmã do morto, interveio:
‘Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias.’
Jesus lhe respondeu:
‘Não te disse que, se creres,
verás a glória de Deus?’
Tiraram então a pedra.
Jesus levantou os olhos para o alto e disse:
‘Pai, eu te dou graças porque me ouviste.
Eu sei que sempre me escutas.
Mas digo isto por causa do povo que me rodeia,
para que creia que tu me enviaste.’
Tendo dito isso, exclamou com voz forte:
‘Lázaro, vem para fora!’
O morto saiu,
atado de mãos e pés com os lençóis mortuários
e o rosto coberto com um pano.
Então Jesus lhes disse:
‘Desatai-o e deixai-o caminhar!’
Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria
e viram o que Jesus fizera, creram nele.
Palavra da Salvação.
 

A leitura conclui sem aclamação. Todos se sentam, e o condutor volta a ler lentamente, como se fosse um eco distante:

 

«‘Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?’»

 

Permanecemos cinco minutos em silêncio para meditar. Em seguida, todos se levantam e professam a fé da Igreja, recitando o símbolo dos apóstolos.

 

Creio em Deus Pai todo-poderoso,

criador do céu e da terra;

e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor;

que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;

nasceu na Virgem Maria,

padeceu sob Pôncio Pilatos,

foi crucificado morto e sepultado;

desceu à mansão dos mortos;

ressuscitou ao terceiro dia;

subiu aos céus,

está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,

donde há de vir a julgar os vivos e os mortos;

creio no Espírito Santo,

na santa Igreja Católica,

na comunhão dos santos,

na remissão dos pecados,

na ressurreição da carne,

na vida eterna. Amém

 

Todos permanecem de pé para invocar a oração dos fiéis, segundo tenha sido preparada ou seguindo esta fórmula.

 

ORAÇÃO DOS FIÉIS

Confirmados em nossa fé pelo regresso à vida de Lázaro,

imploremos com confiança ao Pai que escuta seu Filho:

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Para que, longe de perder-se na tempestade,

a barca da tua Igreja se converta em um refúgio para todos.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Para que cresça nos catecúmenos o desejo do batismo.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Para que os homens e mulheres de boa vontade descubram,

em meio às tribulações, o sentido de sua vida, escutando Tua Palavra.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Para que nossas famílias sejam animadas pela paciência e a ternura.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Por todas as pessoas atribuladas pelo confinamento.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Para que os pesquisadores, médicos e pessoal da saúde

encontrem a força para continuar seu trabalho com espírito de serviço.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Para que as pessoas hospitalizadas e suas famílias

superem a provação da enfermidade.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Pelos defuntos que tu chamas à ressurreição.

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Cada um pode compartilhar uma intenção de oração, ao final da qual todos respondem:

R/ Nós te rogamos, Senhor.

Ao final, o condutor introduz a oração do Senhor:

 

Unidos no Espírito e na comunhão da Igreja,

fiéis à recomendação do Salvador,

ousamos dizer:

 

Reza-se o Pai Nosso

 

Pai Nosso que estais nos Céus,

santificado seja o vosso Nome,

venha a nós o vosso Reino,

seja feita a vossa vontade

assim na terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje,

perdoai-nos as nossas ofensas

assim como nós perdoamos

a quem nos tem ofendido,

e não nos deixeis cair em tentação,

mas livrai-nos do Mal.

 

E imediatamente todos prosseguem proclamando: 

Teu é o reino, o poder e a glória para sempre, Senhor.

 

O condutor convida a dar a paz: 

 

Acabamos de juntar nossa voz

à do Senhor Jesus para rezar ao Pai.

Nós somos filhos no Filho.

Na caridade que nos une,

renovados pela Palavra de Deus,

podemos trocar um gesto de paz,

sinal de comunhão

que recebemos do Senhor.

 

Faz-se o gesto da paz.

Sentamo-nos.

 

COMUNHÃO ESPIRITUAL

O condutor diz:

Como não podemos receber a comunhão sacramental,

O Papa Francisco nos convida urgentemente a realizar a comunhão espiritual,

também chamada de “comunhão do desejo”.

O Concílio de Trento nos lembra que

“trata-se de um desejo ardente de alimentar-se deste pão celestial,

unidos a uma fé viva que trabalha pela caridade,

  e isso nos torna participantes dos frutos e graças do Sacramento”.

O valor da nossa comunhão espiritual

portanto, depende da nossa fé na presença de Cristo na Eucaristia,

como fonte de vida, amor e unidade,

e de nosso desejo de receber a Comunhão, apesar de tudo.

Com esta disposição, convido-vos a reclinar a cabeça,

fechar os olhos e viver um momento de recolhimento.

Silêncio

No mais profundo de nossos corações

deixemos crescer o desejo ardente de nos unirmos a Jesus,

em comunhão sacramental,

e de fazer que seu amor se faça vivo em nossas vidas,

amando nossos irmãos e irmãs como Ele nos amou.

 

Permanecemos cinco minutos em silêncio em um diálogo de coração a coração com Jesus Cristo.

Podemos cantar um cântico de ação de graças.

Colocamo-nos de pé.

O condutor pronuncia, em nome de todos, a fórmula da bênção:

 

Pela intercessão de São N.

[padroeiro da paróquia],

de todos os santos e santas de Deus,

que o Senhor da perseverança e da fortaleza

ajude-nos a viver o espírito de

sacrifício, compaixão e amor de Jesus Cristo.

 

Desta forma, em comunhão com o Espírito Santo,

daremos glória a Deus,

Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,

pelos séculos dos séculos.

Amém.

 

É possível concluir a celebração elevando um cântico à Virgem Maria.

N2

Confinamento da população, coronavírus, paralisação da economia e doutrina social da Igreja
É impressionante a contribuição que a doutrina social da Igreja pode nos dar diante dessa situação


Nas últimas semanas, o maior debate no Brasil (e, provavelmente, no mundo) foi sobre como evitar a expansão da Covid-19. Em resumo, as posições variam entre a proposição de um confinamento imediato e abrangente da população, com a paralização de todos os serviços não-essenciais, defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela maioria das entidades médicas e parte dos governos do mundo; e os que propõem o isolamento dos grupos de risco e contaminadas, que traria menor impacto sobre a atividade econômica, defendida por outros governos e uma parcela menor dos especialistas.
Diante dos perigos tanto da pandemia quanto da recessão econômica prolongada, encontrar a melhor solução depende de informações científicas e análises da evolução do coronavírus numa série de cenários. Não se trata de “achismos”, posicionamentos ideológicos ou reflexões filosóficas e teológicas. Contudo, é impressionante a contribuição que a doutrina social da Igreja pode nos dar diante dessa situação.

A sabedoria cristã não é apenas fruto da revelação, que nos ensina fundamentalmente que Deus é amor e nos ama, mas também da reflexão acumulada ao longo da história por pensadores e líderes preocupados com o bem comum e com o seguimento dos ensinamentos de Jesus. Assim, incorpora uma série de elementos que não dão soluções a questões como a forma de conter a expansão da Covid-19, mas nos ajudam a assumir a melhor posição para encontrar a resposta certa a essas perguntas.

Na dúvida, buscar um olhar integral, agir com precaução e em diálogo com todos

Nas questões tecno-científicas, o critério da maioria nem sempre é adequado. Quando são lançadas novas teorias ou tecnologias mais avançadas, é comum não contarem com a aprovação da maioria, mas com o tempo vão se firmando. Nessa polêmica sobre a melhor forma de contenção da pandemia global, temos que nos orientar por um discernimento bem informado sobre a questão.

O Papa Francisco, na Laudato si’ (LS) escreve: “Há necessidade duma atenção constante, que tenha em consideração todos os aspectos éticos implicados. Para isso, é preciso assegurar um debate científico e social que seja responsável e amplo, capaz de considerar toda a informação disponível […] É necessário dispor de espaços de debate, onde todos aqueles que poderiam de algum modo ver-se, direta ou indiretamente, afetados […] tenham possibilidade de expor as suas problemáticas ou ter acesso a uma informação ampla e fidedigna para adotar decisões tendentes ao bem comum presente e futuro” (LS 135). Portanto, nada de ouvir só aqueles com os quais concordamos, menosprezar ou denegrir os que pensam diferente. Os que têm pouca voz, os mais frágeis e vulneráveis na sociedade, precisam ser ouvidos com redobrada atenção. Temos que procurar o diálogo com todos, procurando entender todos os aspectos do problema.

Na mesma linha da Laudato si’, exposta acima, o Compêndio de Doutrina Social da Igreja (CDSI 469) lembra que quando falta embasamento cientifico ou quando os especialistas não concordam quanto às melhores ações a serem tomadas, deve-se agir com precaução, pesando tanto os danos quanto os benefícios de cada alternativa, procurando evitar riscos que podem ser evitados.

Na prática, devemos perguntar aos defensores de uma ampla paralização da vida social: o que fazer para minimizar o sofrimento dos mais pobres e dos que contam com a renda diária para sobreviver? Se optamos por essa solução, temos que pensar uma alternativa para a sobrevivência dessas pessoas (e junto com elas, não em escritórios confortáveis de quem não conhece essas dificuldades). Aos defensores do isolamento dos grupos de risco e dos portadores: como faremos isso se não temos condições de identificar todos os portadores, pois faltam kits de teste, ou como isolar idosos em favelas e bairros populares, onde a interação entre as pessoas é muito grande?

Subsidiariedade: liberdade com responsabilidade e cooperação

O confinamento é uma imposição contrária à liberdade individual ou uma prerrogativa dos governos numa situação de crise? O magistério da Igreja enfrenta essa questão com o princípio da subsidiariedade (ver CDSI 185ss): o Estado deve apoiar e auxiliar (subsidiar) as iniciativas das pessoas na vida social, sem tentar controlá-las, mas incentivando o seu protagonismo; as instâncias estatais superiores devem apoiar as inferiores, também sem tentar controlá-las (o governo federal apoia os estaduais, esses apoiam os municipais). A coordenação e a tomada de decisões que não podem ser assumidas pela pessoa individualmente são funções de um Estado subsidiário e não representam obrigatoriamente uma imposição social.

O problema ocorre quando a decisão governamental vem mal informada, contrariando o bem comum, ou não é bem apresentada à população. Outra dificuldade se dá quando o governo tenta uniformizar decisões e políticas, sem olhar as particularidades de cada região ou grupo social. Os impactos de um confinamento imposto pelo coronavírus, seja ele qual for, serão muito diferentes num bairro rico ou numa favela, os donos de restaurantes sofrerão de forma diferente dos donos de carrinhos de comida de rua, a forma como a sociedade reagirá numa grande cidade será muito diferente daquela do interior do País. Uma postura subsidiária implica em dar voz para todas essas realidades, de modo que a coordenação as considere e procure minimizar as dificuldades específicas de cada uma.

A liberdade é um grande valor social, mas não pode ser separada da responsabilidade de cada um para com a sua vida e a da coletividade (cf. CDSI 138-139). Somos responsáveis uns pelos outros e a ação do Estado torna-se tanto mais coercitiva quanto menos estamos dispostos a colaborar com o bem comum (sempre no caso em que a decisão estatal é aquela mais adequada para o bem comum, evidentemente). Nesse momento, por exemplo, vemos que a maior parte da população brasileira está consciente da magnitude da ameaça do coronavírus, assim o debate está sendo sobre a melhor forma de controlá-lo, mais do que sobre uma possível ingerência do Estado na liberdade individual.

O caminho da solidariedade

A discussão sobre o tipo e o grau de isolamento a ser instalado no Brasil não elimina a constatação de que muitas pessoas morrerão (já estão morrendo) e que a pandemia trará redução da atividade econômica e dificuldades financeiras para a população. A discussão é sobre a melhor forma de minimizar esses sofrimentos, não de evitá-los.

Quando o mundo ainda lutava para sair da grande crise econômica de 2008, Bento XVI escreveu a encíclica Caritas in veritate justamente para dizer que o caminho da superação da crise passava pela solidariedade internacional e no interior de cada país (ver Capítulos III e V). Se cada um procurar apenas o seu bem, o sistema como um todo entrará em colapso e o bem individual se tornará ainda mais difícil de ser alcançado. Se todos se ajudam, o sistema não entra em colapso ou é reconstruído com mais facilidade, trazendo bem para todos.

Agora, diante da crise da Covid-19, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que reúne os países mais ricos do mundo), indo na mesma direção das indicações de Bento XVI, publicou um documento no qual alerta para as consequências da pandemia, que poderão ser maiores ou menores, mas são inevitáveis, e propõe que a cooperação internacional e a solidariedade são os únicos caminhos viáveis para diminuir os danos à economia das nações e às condições de vida das populações.

A grande pergunta, para superar os efeitos da pandemia sobre a economia, não é como não parar a produção, mas como nos ajudarmos a superar juntos os problemas econômicos que estamos enfrentando e iremos enfrentar no futuro próximo. Felizmente, muitas pessoas e governos estão assumindo essa postura, que será válida opte-se pelo confinamento geral, opte-se pelo isolamento dos grupos de risco e dos contaminados.

Em conclusão

Como vimos no início, não cabe à doutrina social da Igreja dar uma resposta à questão técnica do confinamento da população. Contudo, ela apresenta uma postura humana adequada para o enfrentamento do problema. Se o tema é polêmico, temos que escutar todas as vozes, procurar entender todos os seus aspectos, dialogar e agir com precaução, evitando riscos desproporcionais. Se existe necessidade de medidas duras, quanto maior o espírito de cooperação e de busca pelo bem comum, menor será a coerção à liberdade individual. Para superar tanto a ameaça epidemiológica quanto as dificuldades econômicas, a solidariedade é a melhor solução. Se procurarmos discernir dessa forma, com certeza iremos agir com sabedoria nesse momento. N

N3

Passeios virtuais que expandirão seus horizontes durante a quarentena
Capela Sistina, Stonehenge e o Palácio de Versalhes estão entre os lugares que você poderá visitar sem sair de casa


Oisolamento social pode ser algo negativo para quem não consegue manter a mente ocupada com  atividades como ler livros, assistir filmes e séries, ou praticar hobbies como desenho ou jardinagem.
Se esse é o seu caso, uma alternativa é procurar distração com jogos e sites que utilizam recursos de realidade virtual e interação com vídeos gravados em altíssima resolução.

Alguns dos patrimônios históricos mais visitados pelos turistas também costumam disponibilizar em seus sites oficiais recursos multimídia que permitem a navegação em realidade virtual e recursos que permitem integração aos óculos de realidade aumentada.

Outras opções são aplicativos como o Google Earth VR, Sygic Travel VR e Travel World, que podem ser utilizados com ou sem óculos de realidade aumentada. Experiências semelhantes oferecem também sites especializados como o AirPano e  360Cities, que reúnem tours com visão em 360° de inúmeras cidades e pontos turísticos.

Há ainda os chamados treks – ou trilhas – do Google Maps, que reproduzem a experiência de percurso de conhecidos percursos turísticos, e no Youtube há inúmeros canais especializados em realidade virtual. Outro destaque é o Google Cultural Institute, que lista locais de relevância histórica e importantes monumentos geográficos onde se pode conferir todos os detalhes e obter inúmeras informações.

Quer tentar? Que tal então começar por um tour pelas Sete Maravilhas do Mundo Contemporâneo? Basta escolher entre a Grande Muralha da China , a antiga cidade de Petra na Jordânia , o Taj Mahal na Índia, o Coliseu italiano, as ruínas peruanas de Machu Picchu, o Brandenburg Gate na capital alemã, o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, e as pirâmides maias de Chichen Itza no México.

Se desejar, poderá ainda explorar As Pirâmides de Gizé – a única Maravilha do Mundo Antigo que resistiu ao tempo – ou outros destinos igualmente atrativos, como a Ilha de Páscoa no Chile.

Para aqueles que admiram a imponência de palácios e castelos, o roteiro virtual pode incluir Versailles na França, Alhambra  na Espanha e o Palácio de Inverno de Bogd Khan na Mongólia. Outra boa sugestão é explorar do Google Earth, que oferece um impressionante passeio pelo principado de Liechtenstein e que inclui os deslumbrantes castelos de Vaduz e Gutenberg.

O modo viajante do Google Earth conta ainda com um seleção que reúne 8 famosas construções ao redor do mundo , são elas: Parque e Palácio Nacional de Pena Sintra de Portugal, Castelo Hohenwerfen Werfen na Áustria, Castelo de Shurijo Naha no Japão, Castelo de Dunnottar  Stonehaven na Escócia, Castelo e Marina de Boldt Alexandria Bay em Nova York, Castelo de Praga Praga na República Tcheca, Castillo de Coca  Coca na Espanha e Castel del Monte Andria, Itália.

Experiência semelhante se obtém em relação à cidade do Vaticano, em que você poderá “sobrevoar “ sua extensão, simular uma caminhada pelos seus famosos Jardins, explorar a Praça de São Pedro e conhecer a Basílica, a Capela Sistina, o Palácio Apostólico, o Castelo Sant’Angelo e todas as demais construções históricas que completam a beleza do local.

Para o passeio ficar completo, avance até a Espanha para conhecer o Templo Expiatório da Sagrada Família, a Catedral de Sevilha e a torre La Giralda, e não deixe de percorrer algumas da mais antigas igrejas italianas, como a Catedral de Milão, a Catedral de Monreale e a Basílica de São Marcos em Veneza.

A parada na cidade construída sobre a água serve como um convite para explorar suas ruas e canais através do passeio disponibilizado pelo Google Maps. Aliás, jornadas semelhantes – que permitem explorar aspectos históricos, culturais e geográficos – podem ser realizadas em outros importantes pontos turístico, como a Praia de Ipanema no Brasil, o Rio Tâmisa na Inglaterra e a Hollywood Boulevard, nos Estados Unidos.

Caso você queira ver monumentos, complexas construções históricas e grandes marcos arquitetônicos, reserve algumas horas para conferir todos os detalhes da Torre Eiffel (França), da Estátua da Liberdade (Estados Unidos), Ponte de Londres (Inglaterra), Torre de Pisa (Itália), o edifício Burj Khalifa (Emirados Árabes), o museu Guggenheim Bilbao (Espanha), e a Ópera de Sydney (Austrália), Teatro Bolshoi (Rússia), Teatro Wuzhen (China) e o prédio da Ópera Nacional de Paris.

Se você sente falta de paisagens naturais, pode escolher por jornadas em terras brasileiras através da Bacia do Rio Amazonas, praias de Fernando de Noronha ou pelas Cataratas do Iguaçu. Se preferir explorar terras, ou melhor, águas estrangeiras, poderá explorar as Ilhas Galápagos no Equador, a icônica Table Mountain na África do Sul, as Cataratas do Niágara no Canadá, a Ilha de Komodo na Indonésia ou, até mesmo, a  Grande Barreira de Corais na Austrália.

Dos picos nevados ao solo arenoso das regiões desérticas, o que não faltam são cenários para alimentar seu espírito aventureiro, como o Monte Fuji no Japão, o Parque Nacional do Gombe na Tanzânia, a Reserva Nacional de Samburu no Quênia, o Deserto do Saara na África e o Parque Nacional dos Vulcões no Havaí.

Há ainda as trilhas de Khumbu e do Campo Base do Everest, localizados no Nepal, as paisagens geladas do Monte Branco na França, e das cidades canadenses de Churchill e Iqaluit, que faz parte do território ártico do país.

O complexo de Parques Nacionais dos Estados Unidos também merece atenção, como o Grand Canyon compreendendo a extensão do Rio Colorado , Yosemite, o Memorial do Monte Rushmore  e todos as demais reservas reunidas na seleção do Google Earth.

Mas, se o que você deseja realmente é alcançar sensação de paz e se sentir mais próximo das criações divinas, se entregue às impressionantes imagens da aurora boreal registradas na Islândia, Escócia, Noruega, Suécia, Canadá, Alasca e Finlândia e escolha qual delas é a sua paisagem favorita. Boa viagem!

N4

Nos momentos de turbulência Jesus tem um pedido para nós
Cristo só pede que confiemos em sua Palavra


No Evangelho de Mateus 14, 22-33, Jesus envia os discípulos  à sua frente de barco, enquanto Ele despedia as multidões e se retirava para orar.

Durante a travessia, o vento forte e a tempestade ameaçam o barco, deixando os apóstolos cheios de medo. Em meio a este cenário eles vêem Jesus caminhando sobre as águas e ficam ainda mais assustados.

O mestre, então, pede que se acalmem. Pedro, querendo confirmar que é mesmo Jesus diz: “se és Tu, manda-me ir sobre as águas até Ti” (14, 28). Mas assim que desceu do barco e começou a caminhar, Pedro sentiu o vento ainda mais forte, ficou com medo, começou a afundar e gritou: “Senhor, salva-me!” (14, 30)

Ao estender a mão a Pedro, Jesus o segurou e disse-lhe: ‘Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (14,31)

E assim que subiram ao barco o vento parou.

Podemos tirar muitas lições deste Evangelho. Num primeiro instante os apóstolos parecem estar abandonados por Jesus. Mas foi durante a tempestade que o Senhor foi ao encontro deles, caminhando sobre as águas. Pedro quer ir ao encontro do mestre e pede que Jesus o ajude a caminhar sobre as águas (superando medos e problemas). Mas no momento em que Pedro deixa de prestar atenção ao seu destino (que é o encontro com Jesus) começa a afundar. É quando nossa fé se enfraquece que nos sentimos sufocados pelos problemas à nossa volta.

Outro ponto importante a destacar é que Jesus não acalmou a tempestade para que Pedro caminhasse sobre as águas. E quando o apóstolo estava afundando, o Senhor o salvou primeiro, para depois por fim à tempestade. Jesus pede que confiemos nas suas Palavras. Em meio aos ventos que nos ameaçam, às ondas que agitam nossas vidas, Ele é a nossa salvação.

Tem uma frase sobre fé que diz assim: primeiro você dá o passo, depois Deus coloca o chão. Façamos essa experiência de confiar em Jesus.

Somos humanos, fraquejamos com frequência, por isso façamos como o pai do jovem epilético curado por Jesus (Marcos 9, 14-29) “Creio! Vem em socorro à minha falta de fé!”

N5

Onde buscar forças nos momentos de incerteza?
A fé é a maior fonte de consolo e força para os dias difíceis. E a Bíblia traz inúmeras passagens sobre essa virtude


Em meio a este momento de pandemia do coronavírus, temos que seguir em frente na certeza de que Deus está ao nosso lado.

Mas onde buscar essa força?

Uma das nossas fontes vem da 2ª carta de São Paulo a Timóteo:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça” (3, 16).

Então vamos relembrar algumas passagens sobre a fé.

No livro do Êxodo, enquanto Moisés conduzia o povo de Israel libertado do Egito, viu-se cercado: de um lado os egípcios, do outro o mar Vermelho. Vendo o temor dos israelitas, Moisés disse: “Não temais! Tende ânimo e vereis a libertação que o Senhor vai operar hoje em vosso favor” (Ex 14, 13). Como resultado, o povo de Israel atravessou o mar Vermelho, libertando-se da escravidão no Egito.

Isaías, considerado o maior profeta de Israel, também nos traz várias mensagens de fé. Entre elas destaco:

“Pois eu, o Senhor, teu Deus, eu te seguro pela mão e te digo: ‘Nada temas, eu venho em teu auxílio’” (41, 13).

No mesmo livro, Isaías reafirma:

“Nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, teu salvador” (43, 1-3).

No capítulo 5 do Evangelho de Marcos, temos a cura da filha de Jairo e de uma mulher que sofria de hemorragia há 12 anos. Enquanto caminhava pela multidão, ela queria ao menos tocar na orla do manto de Jesus para ser curada. Ao perceber, Jesus pergunta quem havia tocado em suas vestes. E então diz à mulher: “Tua fé te salvou” (Mc 5, 34.  Na sequência, um dos funcionários da casa de Jairo avisa que sua filha havia morrido. Ao ouvir isso, Jesus diz a Jairo: “Não temas; crê somente” (5, 36). Chegando à casa de Jairo, curou a menina.

E na carta aos Hebreus, lemos que “a fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê” (11, 1). E também que “sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a Ele é necessário que se creia primeiro que Ele existe e que recompensa os que o procuram” (11, 6).

Tenhamos fé. Deus está conosco!

N6

Por que a bênção especial do Papa foi única na história?
“Urbi et Orbi”, um ato sem precedentes de proximidade do sucessor de Pedro a cada um de nós


Qual é o ato através do qual um Papa pode demonstrar sua proximidade aos fiéis espalhados pelo mundo em momentos de grave perigo?
Essa é a pergunta que Francisco se fez quando a pandemia do coronavírus explodiu.

A resposta não se limita a celebrar a missa pela internet, rádio e televisão, como ele tem feito todas as manhãs.

 
De fato, “acompanhar” a celebração pelos meios de comunicação, de acordo com a teologia, não significa “participar”. Não há sacramentos midiáticos. A televisão, o rádio e a internet não substituem o sacramento da Eucaristia. Se não se pode ir à missa, a televisão, o rádio e a internet podem ser uma grande ajuda, mas não são sacramentos, pois não têm valor sacramental, apenas espiritual. O sacramento só é válido ao vivo, com a participação presente do fiel. 

Um gesto único do Papa
Então, qual é esse gesto a que o Papa pode recorrer para se tornar ativamente presente na vida de cada fiel? Há um ato único desse tipo: a benção papal “Urbi et Orbi”, traduzida do latim “para a cidade [de Roma] e para o mundo”.

É um ato que nenhum outro bispo pode realizar e que pode ocorrer efetivamente através da mídia para o bem das almas dos fiéis.

De fato, segundo a tradição teológica católica, a benção “Urbi et Orbi” concede remissão das penas dos pecados já perdoados, ou seja, confere indulgência plenária nas condições determinadas pelo Direito Canônico e explicitadas pelo Catecismo da Igreja (números 1471-1484).

As condições para receber a indulgência plenária são (cf. Indulgência: lei suprema da Igreja é a salvação das almas):

disposição interior de um total desapego ao pecado, mesmo venial;
confessar pecados;
receber a sagrada Eucaristia
rezar pelas intenções do Santo Padre.
Segundo a teologia católica (Catecismo da Igreja Católica, números 1422-1498), a culpa do pecado é redimida pelo Sacramento da Reconciliação (Confissão), de modo que a pessoa está novamente na graça de Deus, pela qual se salvará, se não voltar a cair em pecado mortal.

Agora, a confissão, como esta bênção, não é algo mágico. O pecado traz desordem à vida do crente, que permanece após a Confissão. Por esse motivo, é necessária a penitência imposta no sacramento.

O fiel precisa se purificar através de outras boas obras e, em último caso, através do sofrimento no Purgatório, de acordo com a teologia católica.

Uma vez que a indulgência plenária redime completamente a penalidade devida, o falecido sem ter caído novamente em pecado não precisa passar pelo Purgatório e vai direto para o Céu (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1030-1032).

Segundo a Tradição, os efeitos da bênção “Urbi et Orbi” recaem sobre todos aqueles que a recebem com fé e devoção, mesmo a recebendo através dos meios de comunicação. Este é justamente o gesto precioso que o Papa quer dar a cada crente.

Um ato único na história
O Papa só concede a bênção em três ocasiões: quando é eleito sucessor de Pedro, no Natal e na Páscoa.

Por esse motivo, é possível afirmar que, na história, nunca ocorreu antes uma benção “Urbi et Orbi” de um Papa com a a Praça de São Pedro vazia, mas seguida mundialmente pelos fiéis através da mídia. Será um ato único na história.

Esta é a tradução ao português da fórmula de bênção “Urbi et Orbi” que o Papa pronunciou em latim nessa sexta-feira às 18h em Roma (14h em Brasília e 17h em Portugal).

* * *

“Que os santos apóstolos Pedro e Paulo, em cujo poder e autoridade confiamos, intercedam por nós diante do Senhor.”

Todos: “Amém”.

“Que pelas palavras e os méritos da Bem-Aventurada sempre Virgem Maria, de São Miguel Arcanjo, de São João Batista, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e de todos os santos, Deus Todo-Poderoso tenha piedade de vós, perdoe os vossos pecados e os conduza através de Jesus Cristo à vida eterna.”

Todos: “Amém”.

“Que o Todo-poderoso e misericordioso Senhor vos conceda a indulgência, a absolvição e a remissão de todos os vossos pecados, tempo para uma penitência verdadeira e proveitosa, o coração sempre contrito e a modificação da vida, a Graça e consolação do Espírito Santo e a perseverança final nas boas obras.”

Todos: “Amém”.

“E a bênção do Deus Todo-Poderoso (Pai, ​​Filho e Espírito Santo) desça sobre vós e permaneça para sempre.”

Todos: “Amém”.

Aqui apresentamos o texto em latim, se você deseja seguir as palavras textuais do Papa Francisco:

– Sancti Apostoli Petrus et Paulus, de quorum potestate et auctoritate confidimus, ipsi intercedant pro nobis ad Dominum.

– Amen.

– Precibus et meritis beatæ Mariæ semper Virginis, beati Michælis Archangeli, beati Ioannis Baptistæ et sanctorum Apostolorum Petri et Pauli et omnium Sanctorum misereatur vestri omnipotens Deus et dimissis peccatis vestris omnibus, perducat vos Iesus Christus ad vitam æternam.

– Amen.

– Indulgentiam, absolutionem et remissionem omnium peccatorum vestrorum, spatium veræ et fructuosæ penitentiæ, cor semper penitens et emendationem vitæ, gratiam et consolationem Sancti Spiritus et finalem perseverantiam in bonis operibus, tribuat vobis omnipotens et misericors Dominus.

– Amen.

– Et benedictio Dei omnipotentis (Patris et Filli et Spiritus Sancti) descendat super vos et maneat semper.

– Amen.

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