domingo, 8 de março de 2020

Jornal Correio da Paraíba - Milenium - 08 de março de 2020

Milenium - Paraíba: Domingo, 08 de março de 2020 / F1

O Spotify anunciou na última sexta-feira (27) que não vai mais transmitir propagandas políticas para usuários que não assinam os planos pagos do aplicativo e que estejam ouvindo a músicas ou podcasts originais e exclusivos da plataforma. Segundo relatório trimestral, pouco mais de 140 milhões de usuários não pagam o serviço, o que proporciona à empresa a possibilidade de inserir anúncios e propagandas variados.

"Neste momento ainda não temos o nível necessário de robustez em nossos processos, sistemas e ferramentas para validar e revisar com responsabilidade esse conteúdo. Vamos reavaliar essa decisão à medida que continuarmos a aprimorar nossas capacidades", disse o porta-voz do Spotify.

É bom lembrar, contudo, que essa mudança afetará apenas os Estados Unidos, pois esse é o único mercado que vende anúncios políticos na plataforma. A modificação terá início já no começo de 2020 e, como citamos acima, afetará apenas as músicas e podcasts originais do Spotify. Podcasts de terceiros ainda podem receber esse tipo de propaganda.


Bernie Sandres, pré-candidato à presidência dos EUA pelo partido Democrata, anunciava no Spotify (Imagem: Esquire)
O Ad Age, primeiro veículo a noticiar a mudança que o Spotify promoverá, disse que o candidato presidencial democrata Bernie Sanders e um comitê ligado aos Republicanos anunciaram no Spotify recentemente. As plataformas tecnológicas têm revisado suas políticas de anúncios após muitos problemas envolvendo fake news, como as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.


Em outubro, o CEO do Twitter, Jack Dorsey, anunciou que sua empresa não aceitaria mais anúncios políticos, assim como o TikTok, LinkedIn, Pinterest e Twitch. Facebook, Google, Snapchat e Reddit vão na contra-mão e continuarão aceitando normalmente as propagandas.

F2

Nvidia mostra crescimento assombroso em seu quarto trimestre fiscal

Na última quinta-feira (13) a Nvidia divulgou seu relatório fiscal referente ao quarto semestre fiscal do ano (que se encerrou no dia 26 de janeiro de 2020) e os números não poderiam ser melhores.

A companhia fechou o período com uma receita total de US$ 3,11 bilhões, o que significou um aumento de 41% em relação ao arrecadado no mesmo período do ano passado. O lucro líquido reportado pela empresa foi de US$ 950 milhões apenas no quarto trimestre, enquanto a margem de lucro passou dos 54,7% registrados no último trimestre de 2018 para 64,9% no resultado atual. Isso fez com que as ações da Nvidia disparassem logo depois da divulgação dos resultados, apresentando um aumento de 6,32%.

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Mesmo com os resultados extremamente positivos no fim do ano, o panorama da empresa ainda é complicado, com uma queda na receita total, aumento das despesas operacionais, diminuição da receita operacional e lucro líquido mais diluído - com todos esses indicadores chegando a estarem até 30% piores quando comparados aos de 2018.

Essa dificuldade não foi uma exclusividade da Nvidia: praticamente todas as empresas fabricantes de chips e processadores passaram por um 2019 complicado, com uma das maiores quedas nas vendas nos últimos anos, influenciada por fatores como as disputas fiscais entre os Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul, além da diminuição da demanda por peças em algumas regiões e do estoque além do necessário em outras, o que obrigou a empresa a abaixar os preços de seus produtos.


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Mesmo assim, pode-se dizer que a Nvidia conseguiu se sair bem em um ano difícil, acumulando ganho de 80% no valor de suas ações ao longo do ano (a companhia iniciou 2019 com um valor de US$ 150 por ação, enquanto na última semana os papéis poderiam ser comprados por US$ 271). Essa onda de crescimento se deve ao fato de que novos ramos da indústria estão passando a utilizar processadores de aceleração gráfica e de IA produzidos por ela, como a indústria automotiva e a da internet das coisas.

F3

Em corte mundial, Rappi deve demitir 150 pessoas no Brasil

A Rappi vai demitir cerca de 150 funcionários no Brasil. O corte é relativo a uma mudança que vai afetar 6% do quadro da companhia colombiana, que atualmente tem perto de 5 mil funcionários na América Latina. 

A startup não detalha o motivo dos cortes, mas disse que pretende reestruturar seu quadro em mudança estratégica. “A empresa optou por reduzir algumas áreas e ampliar outras para atingir seus planos e aprimorar cada vez mais a experiência dos seus usuários", informou por comunicado enviado.

Apesar dos cortes, a Rappi informa que ainda deve ter contratações em 2020 para suas áreas de foco, como tecnologia e experiência do usuário. Em comunicados recentes, a companhia colombiana também informou que deve expandir sua receita ao usar dados de usuários e de restaurantes, o que pode demandar novos funcionários. 

Os cortes também podem estar relacionados ao momento de baixa do SoftBank, um dos principais investidores da Rappi. O grupo japonês registrou prejuízo pela primeira vez em um trimestre, após o fiasco da abertura de capital do WeWork. Segundo relatório, ela precisou investir em outubro mais de US$ 10 bilhões para recuperar a empresa de escritórios, o que elevou o prejuízo. Contudo, também em comunicado, a Rappi nega que os cortes tenham relação com o investidor. “Essa decisão foi feita pelo nosso time interno de líderes como parte do nosso plano para atingir a nossa meta de crescimento como empresa e entregar novos produtos em 2020”, reforçou. 

Apesar disso, outra empresa que também recebeu aporte do SoftBank está no mesmo cenário. A Zume, startup relacionada à robótica, recebeu US$ 375 milhões dos japoneses e, agora, está demitindo 80% dos seus funcionários.  O SoftBank investiu US$ 1 bilhão na Rappi no ano passado em aporte recorde para um país latino-americano. 


O Canaltech buscou contato com representantes da companhia no Brasil para confirmar as informações. Veja o comunicado na íntegra:

"Em 2020, a Rappi decidiu investir no seu time de tecnologia e na experiência do usuário. Com o objetivo de alcançar sua visão, a empresa optou por reduzir algumas áreas e ampliar outras para atingir seus planos e aprimorar cada vez mais a experiência dos seus usuários. No total, o número de pessoas impactadas pela decisão representa 6% dos colaboradores de toda a América Latina. Essa decisão não afeta nossos planos de crescimento, inclusive estamos contratando um grande número de funcionários para as áreas foco da Rappi para 2020.

O Softbank é um dos nossos investidores mais importantes e eles estão envolvidos na decisão como parte do nosso conselho. No entanto, essa decisão foi feita pelo nosso time interno de líderes como parte do nosso plano para atingir a nossa meta de crescimento como empresa e entregar novos produtos em 2020.

O Brasil é um de nossos mercados mais importantes na América Latina e os nossos planos para o País serão um divisor de águas para o setor de aplicativos, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. Temos planos ambiciosos para a empresa no Brasil e estamos otimistas com os planos de negócio da empresa para 2020".

F4

Novo estudo aponta Uber e Lyft como responsáveis por aumento de 70% da poluição

Um novo estudo divulgado pela Union of Concerned Scientists nesta terça-feira (25) afirma que as viagens feitas em carros de apps como o Uber e o Lyft foram responsáveis por um aumento de 69% nos níveis de poluição climática, em média. Acontece que nas cidades essas viagens normalmente substituem as de baixo carbono, como transporte público, ciclismo ou caminhada.

O relatório aponta que as empresas de viagens particulares poderiam reduzir essas emissões com um esforço mais concentrado para eletrificar sua frota de veículos ou incentivar os clientes a fazerem passeios em grupo. Mesmo assim, o estudo afirma que, sozinhas, essas estratégias não abordariam as preocupações crescentes de congestionamento. “Para que os passeios contribuam para melhores resultados climáticos e de congestionamento, as viagens devem ser combinadas e elétricas e incentivar modos de baixas emissões, como transporte de massa, ciclismo e caminhada".


Até agora, métodos antipoluição incluem a introdução de serviços de compartilhamento de bicicletas e scooters
É uma tarefa difícil, mas tanto a Uber quanto a Lyft e outras empresas do setor mostraram vontade de reduzir suas emissões de carbono. Até agora, seus métodos incluem a introdução de serviços de compartilhamento de bicicletas e scooters, agendamento e emissão de bilhetes de transporte público integrados em seus respectivos aplicativos e programas de incentivo para que os motoristas mudem para carros elétricos.

Apesar desses esforços, a maioria das viagens que acontecem nas plataformas da Uber e da Lyft são feitas em veículos a gás. As empresas tentaram promover viagens em grupo, mas os clientes demonstraram relutância em compartilhar suas viagens, e os serviços de compartilhamento de bicicletas e scooters estão sujeitos aos regulamentos e condições locais do mercado.

Ao The Verge, um porta-voz da Uber disse o seguinte:

“Queremos que o Uber faça parte da solução para lidar com as mudanças climáticas, trabalhando com as cidades para ajudar a criar um futuro de transporte com baixo carbono. Para desbloquear as oportunidades que temos para reduzir as emissões, continuaremos investindo em produtos e advogando políticas que reduzam a posse de carros, promovam viagens mais comuns e apoiem uma maior adoção de bicicletas, scooters, veículos ecológicos e o uso de transporte público".


Lyft aponta o relatório como enganoso
Enquanto isso, um porta-voz da Lyft aponta o relatório como enganoso:


"Este relatório, como muitos outros, faz alegações enganosas sobre o compartilhamento de carros. A Lyft incentiva o uso de viagens compartilhadas, foi a primeira empresa a colocar informações de transporte público em nosso aplicativo e, no ano passado, fez uma das maiores implantações isoladas de veículos elétricos no país. Estamos ansiosos para continuar esse trabalho em parceria com as cidades, para avançar no transporte compartilhado e sustentável".

F5

Médicos editam código genético pela primeira vez dentro do corpo humano

A técnica conhecida como CRISPR é uma ferramenta inovadora de edição genética que vem mudando a medicina como a conhecemos, abrindo muitas possibilidades para tratar e curar doenças. E nesta quarta-feira (4), o Instituto Casey Eye, da Universidade de Ciência e Saúde de Portland, anunciou um feito inédito: o uso desse recurso dentro de um corpo humano, durante uma operação para tratar uma condição hereditária rara chamada de Síndrome de Leber, que causa cegueira gradual desde o nascimento.

O DNA alterado foi injetado no olho do paciente junto com um líquido e, segundo os cientistas, ele ficará em observação durante um mês, para ver se o procedimento realmente funcionou e se sua visão foi restaurada. Se tudo der certo, os médicos planejam testá-lo em 18 crianças e adultos.

"Temos literalmente o potencial de levar as pessoas que são essencialmente cegas e fazê-las enxergar. Acreditamos que isso pode abrir um novo conjunto de medicamentos para alterar seu DNA”, disse Charles Albright, diretor científico da Editas Medicine, empresa de Cambridge, Massachusetts, que desenvolve o tratamento com a Allergan, de Dublin.


O médico Jason Comander mostra a região afetada pela doença (Imagem: Reprodução/Associated Press)
Segundo Jason Comander, cirurgião ocular do Massachusetts Eye and Ear em Boston, outro hospital que planeja inscrever pacientes no estudo, esse acontecimento marca "uma nova era na medicina", usando uma tecnologia que "facilita a edição do DNA de forma muito mais eficaz".

Como ocorreu a operação?
A Síndrome de Leber não pode ser tratada com terapia genética padrão, fornecendo um gene substituto, porque o que é utilizado é grande demais para caber dentro dos vírus desativados usados ​​para transportá-los para as células. Então, os médicos editam ou excluem a mutação, fazendo dois cortes, em ambos os lados. A esperança é que as extremidades do DNA se reconectem e permitam que o tudo funcione como deveria.

A cirurgia durou uma hora, sob anestesia geral. Através de um tubo da largura de um fio de cabelo, os médicos pingaram três gotas de líquido que contém o mecanismo de edição de genes abaixo da retina, o revestimento na parte posterior do olho que contém as células sensíveis à luz. "A edição da célula é permanente e persistirá, esperamos, durante toda a vida do paciente, porque essas células não se dividem”, explicou Eric Pierce, do Massachusetts Eye and Ear, também envolvido no estudo.


Imagem: Reprodução/Associated Press
Os pesquisadores acreditam que precisam consertar de um décimo a um terço das células para restaurar a visão. Em testes em animais, os cientistas foram capazes de corrigir metade das células com esse tratamento, destacou Albright. Um dos maiores riscos em potencial da edição de genes é que o CRISPR pode fazer alterações indesejadas em outros genes, mas, de acordo com Pierce, as empresas têm minimizado essa possibilidade.

Procedimento empolga a comunidade médica
Esse pode ser o primeiro passo para a edição genética dentro do corpo humano e outros estudos também vêm aplicando procedimentos semelhantes. A empresa Sangamo Therapeutics, vem testando a edição de genes de dedos de zinco (estruturas proteicas que se ligam ao DNA) para tratar doenças metabólicas. Cientistas também vêm usando o CRISPR para editar células fora do corpo em tratamentos de câncer, células falciformes e algumas outras doenças.


Todos esses projetos foram realizados abertamente, com a aprovação de órgãos reguladores, ao contrário do trabalho da ações polêmicas de um cientista chinês, em 2018. Na ocasião, ele usou o CRISPR para editar embriões no momento da concepção, tentando torná-los resistentes à infecção por o vírus da AIDS. Alterações no DNA dos embriões podem passar para as gerações futuras, diferente do que vem ocorrendo atualmente nessas operações em pacientes adultos.

F6

Empresa americana lança van 100% autônoma para entregas

A Nuro, empresa de robótica conhecida por seus veículos de entrega autônomos, acaba de lançar mais um produto no mercado americano que promete revolucionar o sistema de delivery: chamado de R2, ele nada mais é do que uma van que não precisa de nenhum ser humano para funcionar e executar suas tarefas de delivery. Prova disso é que o carrinho não tem volante, pedal ou retrovisor. 

O Governo dos Estados Unidos é bem rigoroso com veículos autônomos e exige que eles estejam preparados para que uma pessoa os controle em caso de necessidade, mas o R2 conseguiu a isenção dessa obrigação devido à sua velocidade: ele não passa de 25 km/h. Os testes estão acontecendo em Houston, no Texas, sob a supervisão do Departamento de Transportes dos EUA.

Em contrapartida, a Nuro terá que relatar todas as informações sobre a operação do R2 e entrar em contato com as comunidades onde o veículo será testado.

"Avançando, precisamos modernizar os regulamentos existentes que nunca imaginaram um veículo sem motorista ou ocupantes, e todos na indústria devem trabalhar para garantir que a tecnologia de direção autônoma seja testada e implantada nos veículos mais seguros possíveis", escreveu Dave Ferguson, cofundador da Nuro.


Imagem:Nuro
Observando a autorização da Nuro, a General Motors também solicitou uma isenção para testar a versão autônoma do Bolt, o carro elétrico da marca. Isso, porém, pode não acontecer, já que o carro tem velocidade máxima bem maior do que o R2. O Canaltech, aliás, já teve a chance de testar brevemente o Chevrolet Bolt convencional aqui no Brasil.

Mais detalhes
Os novos R2 da Nuro foram projetados para operar sem humanos no comando. A empresa retirou todos os espelhos e para-brisas laterais, o que permite que todo o aparato de segurança seja monitorado pelas câmeras 360º, que são posicionadas atrás do veículo e que ajudam, também, no movimento do carro, que também usa um radar e imagens térmicas.

O veículo possui uma estrutura em forma de ovo menor do que a maioria dos carros nos EUA. Ele também possui dois compartimentos com temperatura controlada para entregas. As portas se levantam para mostrar os itens depois que um código é inserido pelo destinatário.

Ainda não está definido como os testes serão feitos e quais empresas participarão do processo. Quando o R1 foi produzido, marcas como Domino's Pizza, Walmart e Kroger tiveram seus produtos entregues pelo carrinho. 

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