sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Santo Antônio, São João e São Pedro: os santos juninos

Em junho, a Igreja Católica celebra a festa de três santos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Pela importância religiosa e pela festa popular, essa tradição foi trazida para o Brasil pelos portugueses e ficaram conhecidas como festas juninas.                                

                            

Essas celebrações no mês de junho têm origem pagã, em que se festejava o solstício de verão para celebrar o início das colheitas. Com a expansão do cristianismo, essa festividade foi modificada e se transformando em festas joaninas (vem da palavra João) e depois de festas juninas (junho), acrescentando Santo Antônio e São Pedro nessas comemorações. 

Além dessa tradição, os nomes e palavras foram se modificando com o decorrer do tempo. Por exemplo, a palavra junina é uma derivação da palavra João, e o nome Batista, é uma derivação da palavra batizar. Originalmente, a festa era Joanina, em homenagem a João, o Batista (por ter batizado o primo, Jesus). Junina é uma palavra alterada do original personagem dos evangelhos. Além disso, Batista não era o sobrenome de João, mas sim uma referência derivada de batizar.

Os santos celebrados em junho                 

Santo Antônio - 13 de junho

Protetor dos casamentos, protetor dos pobres, santo dos milagres, Santo Antônio fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos doentes ficavam curados. Ele não se chamava Antônio, não nasceu em Pádua nem era italiano, apesar de ser conhecido como Santo Antônio de Pádua.

Seu nome de batismo era Fernando, natural da cidade de Lisboa, pertencia a uma família de posses chamada Bulhão ou Bulhões. Quando jovem, foi destinado à carreira militar, mas, não contente com o ofício, fugiu para um convento em Coimbra, onde foi ordenado sacerdote. Depois, resolveu tornar-se missionário na África, entrando para a Ordem Franciscana e mudando seu nome para Antônio. Seguiu para o atual Marrocos para desenvolver trabalho missionário, mas sua saúde não se adaptou ao clima africano. Adoeceu e voltou à Europa, fixando-se oficialmente na Itália.

Aconteceram tantos milagres após sua morte que, onze meses após, ele foi beatificado e canonizado. Quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta. São Boaventura estava presente e disse que esse milagre era a prova de que sua pregação era inspirada por Deus.

Celebrado no dia 13, é famoso por ser o “santo casamenteiro”, segundo a crença, dá uma forcinha na união de pessoas a partir de simpatias e de uma devoção muito presente.

Além da fama de casamenteiro, bem popular no Brasil, ele também é considerado o padroeiro dos amputados, dos animais, dos estéreis, dos barqueiros, dos idosos, das grávidas, dos pescadores, dos agricultores, dos viajantes e marinheiros; dos cavalos e burros; dos pobres e dos oprimidos; é invocado para achar coisas perdidas, para conceber filhos e para evitar naufrágios. Que currículo! 

São João - 24 de junho

São João também faz parte dos santos juninos. É padroeiro dos hoteleiros, hóspedes e prisioneiros, protetor dos casados e enfermos. A própria vida do santo, filho de São Zacarias e de Santa Isabel, prima da Virgem Maria, é considerada um milagre. 

Isabel já era idosa e nunca havia engravidado. Um dia, o anjo Gabriel apareceu para Zacarias e disse que sua esposa engravidaria.

É afirmado que ele é o maior dos profetas, pois apontou Jesus, proclamando como Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, inaugurando a fase de purificação dos pecados e salvação do rebanho divino. Seu papel como responsável pelo batismo de Cristo no Jordão é lembrado constantemente.

São João é um santo no qual, praticamente todos o conhecem, muito festejado na região Nordeste. No mês de junho, é grande a procura por imagens e objetos em sua devoção.

A tradição da fogueira veio do continente europeu e representava um aviso de Isabel para Maria, do nascimento do menino, quando naquela época não existia telefone.

Ele é o único dos Santos que tem o dia do nascimento e o dia da morte celebrados, pois os demais santos têm apenas o dia da morte celebrado.

A frase do evangelho de João é usada pelo sacerdote ao apresentar aos fiéis a hóstia consagrada antes de distribuí-la.

São Pedro - 29 de junho

O nome de nascimento de São Pedro era Simão. Foi o pescador que conheceu Jesus quando ele pediu seu barco para fazer uma pregação a uma multidão de pessoas.

Pedro, seguindo Jesus, assumiu um importante papel na missão de “cristianizar”. Enquanto Jesus se encontrava fisicamente entre o povo, Pedro acompanhou vários de Seus milagres. Foi colocado em função de importância dentro da comunidade cristã e, recebeu uma proximidade tão grande com o Mestre que, quando este ressurgiu depois de Sua morte, ele foi o primeiro a vê-lo.

O santo é considerado o primeiro Papa e príncipe dos apóstolos. Conta a história que Pedro negou Cristo três vezes na hora da Paixão. Mas, se arrependeu e pediu para que fosse crucificado de cabeça para baixo, já que não se julgava digno de morrer igual Jesus. Ele é o guardião das chaves do Céu e é considerado o padroeiro dos pedreiros, pescadores e porteiros, além de guardião da chuva. Em seu dia, procissões marítimas acontecem em várias cidades litorâneas. Também é conhecido como o santo dos viúvos. É considerado o primeiro Papa da Igreja.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

A posse sempre foi em 1 de janeiro?

 A posse do presidente da República, do vice-presidente e dos governadores e prefeitos eleitos é realizada no dia 1º de janeiro, de acordo com o artigo 82 da Constituição Federal. Mas nem sempre foi assim.


De 1889 a 1930, o presidente tomava posse no dia 15 de novembro (Proclamação da República). Com a promulgação da Constituição de 1946, a posse mudou para o dia 31 de janeiro. Em 1967, com o advento da nova Constituição, a data mudou para 15 de março. A Constituição de 1988 alterou novamente a data, desta vez para 1º de janeiro.


Fernando Collor de Mello assumiu, em 1990, ainda no dia 15 de março, pois um artigo dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias assim o determinava à época. Já Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente da República a tomar posse em 1º de janeiro, no ano de 1995.


A partir da emenda constitucional de 1997 ficou determinado o presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal e os prefeitos poderiam ser reeleitos para um único período subsequente.


Existe uma grande diferença entre diplomação e posse. A diplomação, como o próprio nome diz, é um diploma que os políticos recebem por exercer aquele cargo e que atesta que o candidato eleito está apto a tomar posse perante o Congresso Nacional no cargo ao qual foi eleito nas urnas. A diplomação ocorre 30 dias antes. Já a posse é a investidura no cargo político.


O Brasil teve dois episódios de impeachment presidencial no período pós-redemocratização: Fernando Collor (1992) e Dilma Rousseff (2016). Nas duas ocasiões, os vice-presidentes assumiram o posto em datas específicas, após o fim de cada processo de impedimento. Itamar Franco, sucessor de Collor, assumiu em 29 de dezembro de 1992. Já Michel Temer governou o País interinamente a partir de maio de 2016 e tomou posse como presidente definitivo em 31 de agosto de 2016, após a conclusão do processo de impeachment.




A data de posse não é consensual entre os políticos. Há quem considere que 1º de janeiro é ruim porque dificulta a presença de outros chefes de Estado, em virtude das festas de virada do ano, como observa o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). "Poucos países do mundo fazem posse no primeiro dia do ano. É preciso mudar a Constituição."


Propostas

Para tentar resolver o impasse, tramitam na Câmara dos Deputados algumas propostas de alteração da data. A mais recente delas é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 59/11, do deputado Flaviano Melo (PMDB-AC), que transfere a posse para 2 de janeiro. Essa PEC aguarda indicação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).


Em tramitação mais adiantada, a PEC 51/03 aguarda a criação de uma comissão especial para analisá-la. De autoria do ex-deputado Bismarck Maia (PSDB-CE), ela estabelece o dia 15 de novembro para a posse do Presidente da República, governadores, prefeitos, deputados federais e senadores. Com essa mudança, seria restabelecida a data que vigorou de 1889 a 1930 para presidente.


Apensadas à PEC 51/03, outras propostas definem datas diferentes para a posse presidencial em janeiro – dia 4 (PECs 168/03 e 4/11), dia 6 (PEC 8/07) e o primeiro dia útil do mês (PEC 172/03) – ou até mesmo em fevereiro, no dia 1º (PEC 35/07).


Além das propostas em análise na Câmara dos Deputados, o Senado também estuda a possibilidade de mudanças. A PEC 1/11, de autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), por exemplo, fixa em 10 de janeiro a data da posse do presidente da República.


Unificação

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) defende uma reforma política completa, e não apenas pontual, como a questão da posse dos eleitos. Mas ela destaca que, dentro de uma ampla reforma, a unificação das datas é importante para evitar os problemas atuais como os causados pela posse dos eleitos para cargos do Executivo em 1º de janeiro e dos eleitos para cargos legislativos em outra data. "Fica um mês em que o novo governo assume a gestão, seja da União, seja dos estados e dos municípios, sem o Congresso estar funcionando."


Roberto Pontes, consultor legislativo, observa que a eventual aprovação da mudança nas datas não deveria valer já para as próximas eleições, por uma questão de segurança do ponto de vista jurídico. "Evitaria questionamentos quanto à constitucionalidade da medida, porque na democracia os eleitos são eleitos por tempo determinado, para cumprir aquele prazo. Se você prorroga, ainda que por poucos dias, podem surgir questionamentos nesse sentido."


Outros países presidencialistas da América passam longe do dia 1º de janeiro como data de posse. Nos Estados Unidos, o novo inquilino da Casa Branca toma posse no dia 20 de janeiro. No México, a cerimônia ocorre no dia 1º de dezembro; enquanto no Chile, no dia 11 de março. Na Argentina, o presidente eleito assume a Casa Rosada no dia 10 de dezembro; no Uruguai, dia 1º de março; na Colômbia, 7 de agosto. 



Fonte: Agência Câmara de Notícias

Indecente ou indescente?

 Segundo as regras ortográficas da língua portuguesa, a palavra correta é indecente, sem o uso da letra s antes da letra c. A grafia indesce...