terça-feira, 11 de maio de 2021

Emprego de adjetivos, advérbios, pronomes e conjunções

 Adjetivos:


É a palavra variável que restringe a significação do substantivo, indicando qualidades e características deste. Mantém com o substantivo que determina relação de concordância de gênero e número.


adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a origem geográfica, normalmente são formados pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas por alagoano). Podem ser simples ou compostos, referindo-se a duas ou mais nacionalidades ou regiões; nestes últimos casos assumem sua forma reduzida e erudita, com exceção do último elemento (franco-ítalo-brasileiro).

locuções adjetivas: expressões formadas por preposição e substantivo ou preposição e advérbio e com significado equivalente a adjetivos (anel de prata = anel argênteo / andar de cima = andar superior / estar com fome = estar faminto).

São adjetivos eruditos:


açúcar – sacarino;

águia – aquilino;

anel – anular;

astro – sideral;

bexiga – vesical;

bispo – episcopal;

cabeça – cefálico;

chumbo – plúmbeo;

chuva – pluvial;

cinza – cinéreo;

cobra – colubrino, ofídico;

dinheiro – pecuniário;

estômago – gástrico;

fábrica – fabril;

fígado – hepático;

fogo – ígneo;

guerra – bélico;

homem – viril;

inverno – hibernal;

lago – lacustre;

lebre – leporino;

lobo – lupino;

marfim – ebúrneo, ebóreo;

memória – mnemônico;

moeda – monetário, numismático;

neve – níveo;

pedra – pétreo;

prata – argênteo, argentino, argírico;

raposa – vulpino;

rio – fluvial, potâmico;

rocha – rupestre;

sonho – onírico;

sul – meridional, austral;

tarde – vespertino;

velho, velhice – senil;

vidro – vítreo, hialino.

Quanto à variação dos adjetivos, eles apresentam as seguintes características:


O gênero é uniforme ou biforme (inteligente X honesto[a]). Quanto ao gênero, não se diz que um adjetivo é masculino ou feminino, e sim que tem terminação masculina ou feminina.



 

No tocante ao número, os adjetivos simples formam o plural segundo os mesmos princípios dos substantivos simples, em função de sua terminação (agradável X agradáveis). Já os substantivos utilizados como adjetivos por derivação imprópria ficam invariáveis (blusas cinza).


Os adjetivos terminados em -OSO, além do acréscimo do -S de plural, mudam o timbre do primeiro -o, num processo de metafonia.


Quanto ao grau, os adjetivos apresentam duas formas: comparativo e superlativo.


O grau comparativo refere-se a uma mesma qualidade entre dois ou mais seres, duas ou mais qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade: tão alto quanto (como / quão); de superioridade: mais alto (do) que (analítico) / maior (do) que (sintético) e de inferioridade: menos alto (do) que.


O grau superlativo exprime qualidade em grau muito elevado ou intenso.


O superlativo pode ser classificado como absoluto, quando a qualidade não se refere à de outros elementos. Pode ser analítico (acréscimo de advérbio de intensidade) ou sintético (-íssimo, -érrimo, -ílimo). (muito alto X altíssimo)


O superlativo pode ser também relativo, qualidade relacionada, favorável ou desfavoravelmente, à de outros elementos. Pode ser de superioridade analítico (o mais alto de/dentre), de superioridade sintético (o maior de/dentre) ou de inferioridade (o menos alto de/dentre).



 

São superlativos absolutos sintéticos eruditos da língua portuguesa:


acre – acérrimo;

alto – supremo, sumo;

amável – amabilíssimo;

amigo – amicíssimo;

baixo – ínfimo;

cruel – crudelíssimo;

doce – dulcíssimo;

dócil – docílimo;

fiel – fidelíssimo;

frio – frigidíssimo;

humilde – humílimo;

livre – libérrimo;

magro – macérrimo;

mísero – misérrimo;

negro – nigérrimo;

pobre – paupérrimo;

sábio – sapientíssimo;

sagrado – sacratíssimo;

são – saníssimo;

veloz – velocíssimo.

Os adjetivos compostos formam o plural da seguinte forma:


têm como regra geral, flexionar o último elemento em gênero e número (lentes côncavo-convexas, problemas socioeconômicos);

são invariáveis cores em que o segundo elemento é um substantivo usado como adjetivo (blusas azul-turquesa, bolsas branco-gelo);

não variam as locuções adjetivas formadas pela expressão cor-de-… (vestidos cor-de-rosa), ultravioleta (raios ultravioleta), zero-quilômetro (carros zero-quilômetro). Não confundir com infravermelho, que varia (raios infravermelhos);

as cores: azul-celeste e azul-marinho são invariáveis;

em surdo-mudo flexionam-se os dois elementos.

 


Pronomes:


É palavra variável em gênero, número e pessoa que retoma, substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.


A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome substantivo é aquele que substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo). 



 

Quanto às pessoas do discurso, a língua portuguesa apresenta três pessoas:


1ª pessoa – aquele que fala, falante;


2ª pessoa – aquele com quem se fala, interlocutor;


3ª pessoa – aquele de que ou de quem se fala, referente.


Pronome pessoal:


Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe). São sempre pronomes substantivos.


A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal:


Pronomes pessoais

Número Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos

Átonos Tônicos

singular primeirasegundaterceira eu tu ele, ela me te o, a, lhe, se mim, comigo ti, contigo ele, ela, si, consigo

plural primeira segunda terceira nós vós eles, elas nos vos os, as, lhes, se nós, conosco vós, convosco eles, elas, si, consigo

Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito ou predicativo; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento ou adjunto.


Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, consigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.



 

Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto a concordância é feita com a 3ª pessoa. 


Os mais comuns são: Vossa Excelência (altas autoridades e oficiais-generais), Vossa Senhoria (funcionários graduados, linguagem comercial), Vossa Majestade (reis e imperadores), Vossa Alteza (príncipes e duques), Vossa Magnificência (reitores de universidades), Vossa Santidade (papa), Vossa Reverendíssima (sacerdotes em geral), Vossa Eminência (cardeais), Vossa Paternidade (superiores de ordens religiosas) e Vossa Excelência Reverendíssima (bispos e arcebispos).


Também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), senhor, senhora, senhorita, dom, dona e madame.


Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição; enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou para (não expressas).


Apesar de frequentes em Portugal e raras no Brasil, as formas mo, to, no-lo, vo-lo, lho e flexões resultam da fusão de dois objetos, representados por pronomes oblíquos (Ninguém mo disse = ninguém o disse a mim).


Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal.


Os pronomes o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função de sujeitos de infinitivo ou verbo no gerúndio, junto aos verbos deixar, mandar e fazer - auxiliares causativos e ver, ouvir e sentir - auxiliares sensitivos (Mandei-o entrar / Eu o vi sair / Deixei-as chorando).


A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular quanto no plural, levando o verbo para a 3ª pessoa.


Já as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V pelo S.


Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos. Eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer).


Os pronomes acompanhados de só ou todos, ou seguido de numeral, assumem forma reta e podem funcionar como objeto direto (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles).


Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos – podem ter valor reflexivo e recíproco.


As formas si e consigo têm valor exclusivamente reflexivo e usados para a 3ª pessoa. Já conosco e convosco devem ser substituídos por com nós e com vós quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios, numeral ou oração adjetiva).


Os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus).


Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele bem aqui).


Os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro / Pesavam-lhe os olhos), enquanto alguns átonos são parte integrante de verbos como casar-se, queixar-se, arrepender-se, zangar-se, suicidar-se, formar-se, aposentar-se, mudar-se, separar-se, divorciar-se.


Já os pronomes oblíquos podem ser usados como expressão expletiva, sem função sintática, com uso apenas estilístico (Não me venha com essa). Deve se evitar esse uso em situações formais, como redações, documentos oficiais e artigos científicos.


Pronome possessivo:


Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.


São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas:


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1ª pessoa: meu(s), minha(s), nosso(a/s);


2ª pessoa: teu(s), tua(s), vosso(a/s);


3ª pessoa: seu(s), sua(s), dele(s), dela(s)


Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase.


O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambiguidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s), de você, do senhor ou da senhora (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa – casa de quem?). O pronome possessivo, além de seu sentido principal (posse), pode também indicar aproximação (ele tem lá seus 40 anos), respeito (minha senhora, a recepção é aqui), ofensa (seu ingrato, não reconhece meu valor) ou afeto (meu caro amigo, sinto sua falta)


Já nas expressões do tipo “Seu João”, seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor.


Pronome demonstrativo:


Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos.


As formas mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome demonstrativo.


Quanto ao emprego, os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira:


uso no espaço – este (próximo do emissor), esse (próximo do receptor) e aquele (distante de ambos);

uso no tempo – este (presente), esse (passado ou futuro próximo) e aquele (passado muito distante);

uso no texto:

este (catafórico, faz referência a algo que ainda vai ser especificado) e esse (anafórico, faz referência a algo que já foi especificado);

este (retoma o último termo citado) e aquele (retoma o primeiro termo citado).

Se houver mais de dois termos a serem retomados, usam-se numerais.

o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence);

tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a “aquele”, “idêntico” (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as negociações = aquela demora / Não brigue por semelhante causa = tal causa);

mesmo e próprio são demonstrativos, se precedidos de artigo, quando significarem “idêntico”, “pessoalmente” ou “exato”. Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries = das séries idênticas / Ele própria resolveu o problema = ele pessoalmente);

pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco);

podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite);

nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de “então” ou “nesse momento” (Nisso, ela entrou triunfante – nisso = advérbio).

Pronome relativo:


Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração subordinada adjetiva.


Os pronomes relativos apresentam-se da seguinte maneira: que, quem e onde – invariáveis; variáveis - qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s). Formas dos pronomes relativos: simples - que, quem, onde (invariáveis), cujo e quanto (variáveis) / composta - o qual (e flexões).


Os relativos são chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde).


Quanto ao emprego, observa-se que os relativos são usados quando:


o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que lêem ou não);

como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo, tanto ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava)

quem será precedido de preposição (a = com verbo transitivo direto e outras = dependendo da regência do verbo ou nome) se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos;

quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição;

cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo, mas pode ser precedido de preposição, se o verbo ou nome a exigir;

como e quando também são pronomes relativos (É linda a hora quando o sol se põe / O modo como ele discursou nos comoveu).

Pronome indefinido:


Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.


São pronomes indefinidos de:


pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem, fulano, sicrano, beltrano;

lugares: onde, algures, alhures, nenhures;

pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada, diversos, diferentes.

 

Sobre o emprego dos indefinidos devemos atentar para:


algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema) e, na linguagem popular e até por escritores de renome, pode significar dinheiro;

cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma), na ausência do substantivo, usa-se cada um ou cada qual;

alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores diferentes)

bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim);

o pronome outrem, muito usual no meio jurídico, equivale a “qualquer pessoa”;

o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje);

existem algumas locuções pronominais indefinidas – quem quer que, qualquer um, todo aquele que, cada qual, todo mundo, seja qual for, seja quem for

todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para ver a banda ≠ Toda a cidade parou para ver a banda);

qualquer é pronome de sentido afirmativo, em frases negativas, deve se usar nenhum(a) (Não há nenhuma situação para ser resolvida);

algum e nenhum variam em gênero e número quando antes do substantivo. Quando depois do substantivo, podem variar em gênero, mas não variam em número.

Pronome interrogativo:


São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou).


Alguns interrogativos podem ser adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?).


Advérbios:


É a palavra que modifica o sentido do verbo (maioria), do adjetivo e do próprio advérbio (intensidade para essas duas classes). Denota em si mesma uma circunstância que determina sua classificação:


lugar:aqui, ali, lá, aí, acolá, perto, longe, fora, dentro, acima, abaixo, afora, adentro, atrás, detrás, aquém, além;

tempo:hoje, ontem, agora, amanhã, cedo, tarde, antes, depois, logo, já, ainda, outrora, brevemente, antigamente, enfim, nunca, jamais, afinal, imediatamente, constantemente, doravante, outrora;

modo:bem, mal, melhor, pior, assim, depressa, devagar, a maioria das palavras terminadas em -mente;

negação:não, absolutamente, tampouco, nem, nunca, jamais;

dúvida:quiçá, talvez, provavelmente, porventura, possivelmente, eventualmente;

intensidade:muito, pouco, bastante, mais, meio, quão, demais, tão, tanto, quase;

afirmação:sim, certamente, deveras, realmente, efetivamente, seguramente.

As palavras onde (de lugar), como (de modo), por que (de causa), quanto (de preço e intensidade), para que (de finalidade) e quando (de tempo), usadas em frases interrogativas diretas ou indiretas, são classificadas como advérbios interrogativos (queria saber onde todos dormirão / quando se realizou o concurso).


Absolutamente pode ser usado para intensificar características positivas e também negativas: do absolutamente irresistível ao absolutamente insuportável.

Como resposta, nosso absolutamente é negativo, enquanto o absolutely do inglês é positivo.


As locuções adverbiais são geralmente constituídas de preposição + substantivo – à direita, à frente, à vontade, de cor, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de repente, de vez em quando, em breve, em mão (em vez de “em mãos”, forma errônea, conquanto consagrada) etc. São classificadas, também, em função da circunstância que expressam.


Quanto ao grau, apesar de pertencer à categoria das palavras invariáveis, o advérbio pode apresentar variações de grau comparativo ou superlativo, com flexões semelhantes às do adjetivo.


Comparativo:


igualdade – tão + advérbio + quanto (como)


superioridade – mais + advérbio + (do) que


inferioridade – menos + advérbio + (do) que


Superlativo:


sintético – advérbio + sufixo (-íssimo)


analítico – muito + advérbio.


Bem e mal admitem grau comparativo de superioridade sintético: melhor e pior. As formas mais bem e mais mal são usadas diante de particípios adjetivados. (Ele está mais bem informado do que eu). Melhor e pior podem corresponder a mais bem / mal (adv.) ou a mais bom / mau (adjetivo).


Quanto ao emprego:


na linguagem coloquial, o advérbio recebe sufixo diminutivo. Nesses casos, o advérbio assume valor superlativo absoluto sintético (cedinho / pertinho). A repetição de um mesmo advérbio também assume valor superlativo (saiu cedo, cedo);

quando os advérbios terminados em -mente estiverem coordenados, é comum o uso do sufixo só no último (Falou rápida e pausadamente);

muito, pouco e bastante podem aparecer como advérbio (invariável) ou pronome indefinido (variável – determina substantivo);

otimamente e pessimamente são superlativos absolutos sintéticos de bem e mal, respectivamente;

adjetivos adverbializados mantêm-se invariáveis (terminaram rápido o trabalho / ele falou claro).

As palavras denotativas são séries de palavras que se assemelham ao advérbio. A Norma Gramatical Brasileira considera-as apenas como palavras denotativas, não pertencendo a nenhuma das 10 classes gramaticais. Classificam-se em função da idéia que expressam:


adição:ainda, além disso etc. (Comeu tudo e ainda queria mais);

afastamento:embora (Foi embora daqui);

afetividade:ainda bem, felizmente, infelizmente (Ainda bem que passei de ano);

aproximação:quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de etc. (É quase 1h a pé);

designação:eis (Eis nosso carro novo);

exclusão:apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas etc. (Todos saíram, menos ela / Não me descontou sequer um real);

explicação:isto é, por exemplo, a saber, ou seja etc. (Li vários livros, a saber, os clássicos);

inclusão:até, ainda, além disso, também, inclusive etc. (Eu também vou / Falta tudo, até água);

limitação:só, somente, unicamente, apenas etc. (Apenas um me respondeu / Só ele veio à festa);

realce (expletiva):é que, cá, lá, não, mas, é porque etc. (E você lá sabe essa questão?);

retificação:aliás, isto é, ou melhor, ou antes etc. (Somos três, ou melhor, quatro);

situação:então, mas, se, agora, afinal etc. (Afinal, quem perguntaria a ele?).

10-Conjunção:


É a palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação (subordinação ou coordenação). As conjunções classificam-se em:


Coordenativas, aquelas que ligam duas orações independentes (coordenadas), ou dois termos que exercem a mesma função sintática dentro da oração. Apresentam cinco tipos:


aditivas(adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda (depois de não só);

adversativas(adversidade): mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão (= mas sim), antes (= pelo contrário), não obstante, apesar disso;

alternativas(alternância): ou (repetido ou não), ora, quer, já, seja (repetidos).

conclusivas(conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, então, destarte, dessarte;

explicativas(explicação): – pois (antes do verbo), porque, que, porquanto.

Subordinativas – ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra. Apresentam dez tipos:


causais (causa):porque, visto que, já que, uma vez que, como, na medida em que;

comparativas (comparação):como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto/como, (tão) quanto/como, bem como, (mais ou menos +) que;

condicionais (condição):se, caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, uma vez que, sem que (= se não), a menos que, a não ser que;

consecutivas(consequência): que (precedido de tal, tanto, tão etc. – indicadores de intensidade), de (modo / maneira / forma / sorte) que, sem que;

conformativas(conformidade): conforme, segundo, consoante, como, de acordo com;

concessivas (concessão):embora, conquanto, posto que, por muito que, se bem que, ainda que, mesmo que, por mais que, por muito que, por pouco que, por melhor que, por pior que, nem que;

temporais (tempo):quando, enquanto, logo que, antes que, depois que, desde que, assim que, sempre que, mal (= logo que), até que;

finais (finalidade): a fim de que, para que, que, porque (= para que);

proporcionais (proporção):à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto menos);

integrantes (sem valor semântico específico, apenas ligam as orações): que, se. Introduzem orações que funcionam como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto.

As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, enquanto as demais iniciam orações subordinadas adverbiais. Muitas vezes a função de interligar orações é desempenhada por locuções conjuntivas, advérbios ou pronomes.

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